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Sociedade

São Jorge teme deslocalização de empresas com criação de zona de proteção (vídeo)

Hélder Paulino, presidente de Junta de Calvaria de Cima, teme que as restrições da Zona Especial de Proteção do Campo Militar de São Jorge, levem as empresas sediadas na localidade a procurar novos locais para desenvolver a atividade.

Hélder Paulino, presidente de Junta de Calvaria de Cima, teme que as restrições da Zona Especial de Proteção do Campo Militar de São Jorge, levem as empresas sediadas na localidade a procurar novos locais para desenvolver a atividade.

Hélder Paulino com abaixo-assinado que circulou em São Jorge

Para além dos receios quanto às consequências negativas para o tecido industrial local, também boa parte da população contesta o alargamento da Zona Especial de Proteção (ZEP) do Campo de Batalha de Aljubarrota. E dezenas de populares manifestaram-se hoje, ao início da tarde, em São Jorge, Porto de Mós, precisamente contra esse alargamento.

O presidente da associação local de moradores, António Tremoceiro, explicou que com a ZEP proposta, “em vez de 20 a 25 hectares, a área a salvaguardar passaria para 200 hectares, o que não faz qualquer sentido”, devido aos constrangimentos que criaria quanto a novas edificações e ampliações.

Um abaixo-assinado com meio milhar de assinaturas que contesta o alargamento da ZEP do Campo de Batalha de Aljubarrota vai hoje ser entregue à Direção Regional de Cultura do Centro, disse à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Calvaria de Cima, Hélder Paulino.

“As reclamações subscritas pelos moradores, Junta de Freguesia e Câmara de Porto de Mós serão também dirigidas ao Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR)”, acrescentou o autarca.

Hélder Paulino sustentou que os novos limites de proteção que se encontram em consulta pública até sexta-feira causarão graves constrangimentos à população local e explicou que, no passado, a proteção já contribuiu para “a desertificação”.

O alargamento proposto “iria piorar as coisas, porque é, de facto, excessivo”, disse o autarca, para quem o problema se coloca a sul e a poente do Campo de Batalha de Aljubarrota, afetando sobretudo as populações de São Jorge, Carqueijal e Chão da Feira.

O Campo da Batalha de Aljubarrota e área envolvente – um planalto entre a ponte do Boutaca, concelho da Batalha, a norte, e o Chão da Feira, concelho de Porto de Mós, a sul -, foi classificado como monumento nacional em 04 de novembro de 2010.

O decreto-lei de classificação refere que este “deve ser objeto de especial proteção e valorização, no quadro da obrigação do Estado de [o] proteger e valorizar”, tanto mais que “representa um momento decisivo de afirmação de Portugal como Reino independente”.

O mesmo documento sublinha que a Batalha de Aljubarrota, ocorrida entre os exércitos português e castelhano em 14 de agosto de 1385, testemunhou “uma tática militar inédita, apurada na Guerra dos 100 Anos e posta em prática por Nuno Álvares Pereira, de que é testemunho o complexo sistema defensivo – constituído por cerca de 800 covas de lobo e dezenas de fossos – posto a descoberto nas campanhas arqueológicas que decorrem desde 1958”.

Carlos S. Almeida com Lusa

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