“Pequenas quedas de água, pintalgadas de verde da paisagem ribeirinha”. É este o cenário descrito no folheto do Caminho do Xisto do Casal de S. Simão. Desde setembro de 2011 já não é assim.
A intervenção de madeireiros quase comprometeu um dos troços mais bonitos do percurso, procurado todos os anos por muitos turistas que acorrem à aldeia do concelho.
“Trata-se de práticas intensivas de exploração florestal que, em último caso, põem em causa a qualidade ambiental da nossa floresta”, afirma Bruno Ramos, da ADXISTUR, a rede das Aldeias do Xisto que integra Casal de S. Simão.
Segundo os moradores, são milhares de pessoas que anualmente ali passam. Mas no troço da Ribeira do Fato, em vez de cascatas coloridas por líquenes, fetos e árvores frondosas, encontram agora montes de vegetação seca, troncos de árvore cortados e linhas de água interrompidas.
“É a segunda vez que isto acontece”, sublinha Bruno Ramos, assumindo “preocupação”, tal como o presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos.
“Lamentamos. Há sempre um ou outro que só olha para os seus interesses… Passam por ali muitos turistas e há casos esporádicos, como este, que nos envergonham”.
Rui Silva revela que a autarquia suspeita de uma empresa, alegadamente autora do desbaste, e comunicou a situação “na semana passada”, à Administração da Região Hidrogáfica do Tejo. “Cabe-lhes a eles multar os responsáveis”.
Bruno Ramos lança o alerta: “Em última análise, se esta atividade continuar, pode colocar o percurso em causa para sempre”.
(notícia publicada na edição de 17 de fevereiro de 2012)
ML