O secretário-geral do Partido Socialista (PS) disse hoje em Leiria que a proposta de Reforma Administrativa do Poder Local apresentada pelo Governo é “uma ‘leizinha’ de extinção das freguesias”.
António José Seguro sustentou que “o atual Governo e a maioria de direita quiseram passar a ideia de que tinham entregado na Assembleia da República uma proposta de Reforma do Poder Local, mas o que fizeram depois de nove meses foi entregar uma lei de extinção de freguesias”.
O líder do PS garantiu que a proposta de lei “viola o princípio de autonomia” das autarquias, imposta às populações e que piora a qualidade de vida, sobretudo nas zonas rurais.
“Isto só pode vir de um Governo que não tem sensibilidade social e não conhece o país. As freguesias do interior e com pouca população são aquelas que mais precisam das freguesias, muitas em vias de desertificação, que viram partir serviços públicos, os CTT, GNR e extensões de saúde”, defendeu o socialista.
António José Seguro frisou que “não faz sentido que o Estado abandone essas pessoas”, destacando o facto de na maioria dos casos se tratar de população envelhecida.
Perante uma plateia constituída por muitos autarcas, no encerramento do Fórum Municipal que decorreu hoje em Leiria, e a pouco menos de duas semanas da manifestação convocada pela Associação Nacional de Freguesias contra a reforma proposta pelo Governo, o secretário-geral do PS elogiou os autarcas e acusou a maioria PSD/CDS-PP de insensibilidade social.
Seguro admite que se fosse primeiro-ministro “também teria que tomar medidas de austeridade”, mas criticou “o ritmo e a dose” de sacrifícios impostos pelo Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
“Só olha para os números e para o memorando da ‘troika’, mas a responsabilidade de um político é garantir que não se deixa nenhum português para trás, nos cuidados de saúde, na justiça ou no emprego”, enfatizou.
O líder do PS aproveitou para responder ao líder do PCP, Jerónimo de Sousa, que no sábado corresponsabilizou os socialistas pela “cruzada contra a saúde” que se está a assistir no país, considerando que Seguro “não tem sentido do ridículo”.
Seguro garante que não confunde adversários e que os seus inimigos estão identificados: a pobreza, o desemprego e o atual Governo de direita.
Lusa
Joaquim Dâmaso(fotos)