Um ano e meio depois da assinatura do protocolo entre a Câmara Municipal e a Caixa de Crédito de Leiria, mantém-se aquém das expectativas o recurso à linha de crédito para reabilitação de edifícios no centro histórico.
Dos 10 milhões de euros disponíveis, apenas 10% estão a ser utilizados, revela Mário Matias, presidente da Caixa de Crédito de Leiria, para quem a explicação até é bastante simples: a zona “continua a ser pouco atrativa para viver”.
Pelo município, Raul Castro garante que os serviçostêm feito o possível para agilizar a análise e licenciamento de obras. O presidente da autarquia aponta a situação económica e financeira do país como a raiz do desinteresse.
“Há retração dos investidores”, refere, reconhecendo: “Como é óbvio, a utilização não corresponde às expectativas. Gostaríamos que houvesse mais promotores”.
Além da crise, outras vozes ouvidas pelo REGIÃO DE LEIRIA enunciam explicações adicionais: a falta de um plano urbanístico e de mobilidade para o centro histórico, que lhe confira atratividade, e a escassa divulgação da linha de crédito.
De acordo com o protocolo assinado em outubro de 2010, as condições de financiamento implicam um juro indexado à taxa Euribor a três meses, mais um spread de 1,25%.
Cada operação está limitada a 200 mil euros e o valor não pode exceder 75% da avaliação bancária.
Um levantamento recente identificou uma centena de edifícios devolutos ou degradados na Área Crítica de Recuperação e Reconversão
do centro histórico.
(notícia publicada na edição de 27 de abril de 2012)
Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt