Ao realizar o roteiro dos parques infantis, reparei numa série de placas de não responsabilização do Município para eventuais acidentes e o alerta para o não cumprimento das normas de segurança dos respetivos.
Considerando que a construção destes parques concordou com a elaboração de um projeto e agarrando na definição do mesmo, que indica ser um esforço temporário empreendido para gerar um produto no qual os riscos de falhas são geralmente decrescentes à medida que a fase avança, fico com a mesma dúvida que os avaliadores dos actuais riscos terão ficado: o que é que se passou ou onde estávamos aquando da aprovação dos mesmos. Poucas palavras resolveriam o problema e manteriam os parques: responsabilização e supervisão parental. Seguindo a coerência que o departamento avaliador destes riscos parece transparecer nestes casos, venho desta forma alertá-los para que preencham a cidade de mais alertas desresponsabilizadores: junto a muros de meio metro de altura, para que não caiam criancinhas ao rio; junto a locais difícil mobilidade, para quem precise de se mover sinta que é problema exclusivamente seu; nas ruas do centro histórico, para que os transeuntes que urinam e vomitam nas mesmas fiquem a saber que não é responsabilidade do município uma criança poder vir a pisar esses excrementos; no castelo, colocando bastante fita sinalética nas varandas, não vá alguém de lá cair.
(texto publicado na edição em papel de 22 de junho de 2012)