Ao quinto ano da campanha “Mil brinquedos, mil sorrisos”, o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) está “mais solidário e inclusivo”, acredita a coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID).
Para além de recolher, adaptar e oferecer brinquedos a crianças com necessidades especiais, a iniciativa está, sublinha Célia Sousa, “a mudar a instituição”: chamou alunos com necessidades especiais ao IPL e os que participam na adaptação dos brinquedos “serão cidadãos mais atentos à diferença”.
A campanha de 2012 já arrancou e todos são convidados a entregar nas escolas do IPL brinquedos que não sejam precisos lá em casa.
Depois, alunos e professores do curso de Engenharia Eletrotécnica adaptá-los-ão para as brincadeiras de crianças com deficiência, a ser entregues na Gala da Inclusão, em dezembro de 2012.
Nuno Rodrigues, coordenador do curso Engenharia Eletrotécnica da ESTG, salienta que “Mil brinquedos, mil sorrisos” é já “uma bandeira” que a escola carrega “com orgulho”.
É que, além de “proporcionar conhecimentos técnicos relevantes” aos alunos, a iniciativa “também para lhes incute os valores desta causa”.
A novidade este ano é a adoção do botão capacitivo, que permite às crianças interagir com os brinquedos por simples proximidade. Depois de um ano em testes, a tecnologia vai ser colocada à disposição. “Desenvolvemos um botão capacitivo dez vezes mais barato do que alguns que custam centenas de euro”, explica Nuno Rodrigues.
O presidente do IPL, Nuno Mangas, salienta o “espírito de entrega dos nossos estudantes e professores, que ao longo destes anos, dão o seu tempo e conhecimento para que esta campanha seja possível em prol de crianças e jovens com necessidades educativas especiais”.
O sucesso da campanha leva Célia Sousa a considerar que, após cinco edições, “está no momento dos nossos governantes pensarem em mudar a legislação” para que “os pais destas crianças tenham direito a comprar brinquedos adaptados em qualquer superfície da sua zona”.
A responsável do CRID diz que dez por cento das crianças precisam destes brinquedos. “Não deveria ser necessário obrigá-las, mas as grandes superfícies não estão despertas para isso”.