Reza a lenda que durante uma caçada na região da Nazaré, o alcaide-mor do Castelo de Porto de Mós, D. Fuas Roupinho, terá seguido um veado. E só o pedido de ajuda à Nossa Senhora da Nazaré o terá salvo da queda da falésia, no Sítio.
Num projeto que visou promover a biodiversidade, desde 2005, em evocação à lenda, que a Confraria da Nossa Senhora da Nazaré, em parceria com a autarquia, instalou cinco veados e um casal de gamos, no cercado do pinhal.
Hoje em dia, são 23 veados, sete dos quais crias, e quatro gamos a habitar o local, numa área de seis hectares. “A propagação da comunidade de veados no Pinhal da N. Sra da Nazaré é um sinal inequívoco da boa adaptação da espécie a este espaço”, informa a autarquia. No entanto, o crescimento “exponencial” do conjunto de cervídeos levou o município a vendê-los em hasta pública.
Desde 24 de julho que está a decorrer, por um ano, o procedimento para a venda de cinco machos e duas fêmeas, pelo preço base de 150 euros cada. Os interessados devem preencher um conjunto de requisitos para poderem adquirir o animal.
Habituados a movimentarem-se em grupo e sem contacto com humanos, não é fácil conseguir fotografar ou alimentar os veados e gamos. Mesmo assim, são frequentes os casos em que se aproximam da vedação.
Para além disso, durante o verão, e no âmbito do programa de animação da Bandeira Azul, realizam-se Passeios de observação da natureza, onde está incluída a visita ao cercado do Pinhal. O espaço tem recebido também visitas pedagógicas de escolas da região.
Os veados alimentam-se de folhas, brotos de árvores, arbustos, frutos e cogumelos, e uma das suas características principais é a haste, com formas cilíndricas ramificadas, que todos os anos cai. São dos maiores cervídeos que a fauna portuguesa possui. Já os gamos são um animal mais pequeno do que o veado e a armadura do macho é achatada.
Marina Guerra
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