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Margem esquerda: Erros e omissões

Os políticos costumam ser acusados de não cumprir o prometido. Em Pombal, a mais recente polémica prende-se com o facto do executivo querer fazer aquilo que prometeu: um novo estádio municipal. É verdade.

Adérito Araújo, professor universitário aderito.araujo@gmail.com

Os políticos costumam ser acusados de não cumprir o prometido. Em Pombal, a mais recente polémica prende-se com o facto do executivo querer fazer aquilo que prometeu: um novo estádio municipal. É verdade.

Desde há anos que o PSD tem prometido a sua construção e, desta vez, resolveu avançar com a obra nas Meirinhas, terra natal do presidente da câmara.

No tempo das vacas gordas ninguém reparava. Mas agora é diferente, sobretudo quando a obra está orçada em mais de 800 mil euros. Minto, são só 500 mil. Os 800 mil, aprovados em Assembleia Municipal revelaram, depois da polémica, um conjunto de “erros e omissões”, reduzindo o valor da empreitada em quase 40%.

A justa indignação dos pombalenses deu frutos. Apesar da irracionalidade da obra, sempre se poupou algum. Mas o mérito desta novela seria maior se servisse para acabar com o mito do autarca empreendedor. Como todo o autarca que se preza, Narciso Mota sempre se gabou da “obra feita”. Assim, sem mais. E o que é facto é que conseguiu manter-se no poder durante 20 anos com um programa eleitoral que não é mais do que uma extensa lista de obras a realizar, sem nenhuma preocupação em justificar a sua pertinência, ou definir prioridades.

Aproveitemos o tempo das vacas magras para pôr termo a esta casta de políticos esbanjadores que se tem perpetuado no poder fazendo apenas obra pela obra.

(texto publicado a 31 de agosto de 2012)