Os cães e os gatos são, na sua maioria, extremamente fofos. Poucos são aqueles que fogem a este padrão. O problema surge quando esta característica se torna demasiado evidente, não apenas pelo comportamento do animal mas porque isso se reflete na condição física. Por outras palavras, começam a ficar “redondinhos”.
“Cada vez mais os animais de companhia ocupam um lugar próximo do seio familiar, o que significa uma antropomorfização dos horários e hábitos alimentares”. explica Martha Barreto, do Centro Veterinário do Oeste, localizado em Leiria. Esta inserção na família e nos seus hábitos origina, segundo a veterinária, uma diminuição do tempo disponível para caminhadas e brincadeiras, o que implica uma sedentarização crescente.
São vários os casos de obesidade mas são poucos os donos que se apercebem do que está a acontecer ao animal de estimação: “Infelizmente ainda não existe uma sensibilização dos donos para a doença, pelo que nem sempre eles nos procuram pela obesidade em si”, conta Martha Barreto. O problema é habitualmente diagnosticado em consultas de rotina.
Mas o que fazer?
“O principal cuidado consiste na prevenção da obesidade. Fornecer uma alimentação adequada, não só no que respeita à quantidade mas também uma alimentação de acordo com o tipo de animal, idade, estilo de vida”, recomenda Martha Barreto. Outro aspeto importante: sair de casa. “Deve-se estimular o animal para que não se torne sedentário. A atividade física é bastante importante”, sublinha a veterinária.
“Felizmente, após serem informados da gravidade do excesso de peso para o animal, muitos são os donos que pedem apoio”, conta Martha Barreto.
No Centro Veterinário do Oeste, os programas de redução de peso estão integrados em três planos, tal como explica a veterinária: “alimentação hipocalórica adequada, exercício (20 a 60 minutos diários) e constante reavaliação. O plano deve ser cuidadosamente estudado e acompanhado pelo médico veterinário e deve ter uma total colaboração de todos os membros da família”.
Em Portugal, a obesidade afeta cerca de 40% dos cães e 30% dos gatos. Considera-se que um animal é obeso quando apresenta 15% ou mais de peso acima da média para a sua raça e idade