Não há muito tempo li, escrito por “pena” de responsável, que a CML suporta, paga, o IVA dos espetáculos do Orfeão no TJLS. Não vi qualquer sequência deste assunto pelo que irei aprofundar, em sede própria, esta questão.
E isto vem a propósito da dicotomia de tratamento concedido a empresas vs associações. A questão é ideológica. Em tese, as empresas são vistas como instrumentos do vil capitalismo, tendo como único objetivo o lucro do empresário, ao passo que as associações, não visando o lucro, procuram o bem comum!
Se formos ao terreno, verificamos que ambas passam por imensas dificuldades, lutando por fazer os produtos/serviços que prestam de forma a lograr cobrar o suficiente para pagar aos funcionários, colaboradores e credores.
Se nos cingirmos à área de atividade do Orfeão, a cultura, onde as empresas são quase exclusivamente microempresas, o assunto ganha foros de escândalo! Uns pagam impostos, utilização de espaços, locais de trabalho enquanto outros apenas recebem, nada pagando!
Será que o truque, neste país onde respirar se torna cada vez mais difícil, é inventar associações para poder ficar sob a alçada dos apoios públicos? Pagando assim menos impostos e dirigindo a aplicação de receitas à maximização do montante pago aos responsáveis e colaboradores?
Os poderes públicos deveriam dizer algo sobre este tema…
(texto publicado a 9 de novembro de 2012)