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Sociedade

Nova espécie de lampreia descoberta nas ribeira de Ourém

A Quercus apela à necessidade de se conservarem as florestas ribeirinhas e os leitos dos cursos de água em toda a bacia hidrográfica, para que não subsistam ameaças que coloquem a espécie no limiar da extinção

As primeiras informações surgiram em 1989 através do Estudo Ecológico da Ribeira de Seiça, em Ourém, realizado por Pedro Cortes, com a ajuda de Carlos Almaça, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Agora, um novo estudo da mesma instituição, em colaboração com a Universidade de Évora e o Museu Nacional de História Natural, vem confirmar a existência de uma nova espécie de lampreia na bacia hidrográfica do Nabão.
A Lampetra auremensis de Auren (Lampreia do Nabão, de Ourém) é uma espécie exclusiva do norte do concelho que habita nas ribeiras ali existentes, revela o Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus, em comunicado.

No estudo realizado em 1989, o autor realçou “a descoberta provável duma nova espécie para a Península Ibérica” como “talvez a maior descoberta do trabalho”. No entanto, a espécie acabou por ser classificada como Lampetra planeri (Lampreia do riacho), “pen­sando-se que seria uma população isolada de outras existentes em Espanha e em outros países do norte da Europa”. Mais tarde, a descoberta veio a reve­lar uma espécie com características únicas e que vive na região.

A associação ambientalista alerta, contudo, que a espécie “agora identificada apresenta áreas de distribuição ‘muito restritas e fragmentadas’ e com populações diminutas na sub-bacia do Nabão”, nas ribeiras do concelho, pelo que devem ser classificadas como “criticamente em perigo de extinção”. “A Quercus apela à necessidade de se conservarem as florestas ribeirinhas e os leitos dos cursos de água em toda a bacia hidrográfica, para que não subsistam ameaças que coloquem a espécie no limiar da extinção”, acrescenta a associação.

No trabalho divulgado pela Faculdade de Ciências, além da lampreia do Nabão, foram também identificadas outras duas espécies, nas bacias hidrográficas do Vouga e do Sado.

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