Ainda não foi desta que o arco de quatro metros de altura, construído na freguesia de Arrimal pelos monges de Cister, para marcar os coutos doados pelo rei D. Afonso Henriques, foi classificado como monumento.
A diretora-geral do Património Cultural, Isabel Cordeiro, assinou a 20 de dezembro o anúncio que determina o arquivamento do procedimento administrativo relativo à classificação do Arco da Memória. A decisão foi tornada pública no passado dia 4, em Diário da República.
“A decisão de arquivamento do procedimento de classificação em causa teve por fundamento a existência de deficiências de instrução consideradas insanáveis em tempo útil”, explica Isabel Cordeiro no seu despacho.
A natureza das insuficiências não é especificada, mas é certo que o processo de classificação cai por terra. E com ele a “zona de proteção de 50 metros a contar dos seus limites externos”.
Esta decisão tomou de surpresa o vereador da Cultura de Porto de Mós, Albino Januário, que lamenta que “a decisão de não classificação se fique a dever a questões processuais, gorando as expectativas que estavam criadas”, sublinhando o valor do património em causa.
Lamento idêntico tem Manuel Amado, presidente da Junta de Arrimal. Ainda assim, assegura, “continuamos a estimar o monumento, seja ou não classificado”.
O autarca garante que o Arco permanece ex-líbris da freguesia, ainda que por vezes seja alvo de atos de vandalismo de quem quer deixar, literalmente, uma marca sua gravada na pedra.
“O vandalismo existe, e há quem grave algumas letras com o recurso a um ponteiro. Mas não há nada que não se recupere”, refere Manuel Amado.
(Notícia publicada na edição de 10 de janeiro de 2013)
CSA