O estudo “Linha do Oeste – diagnóstico e propostas” foi apresentado, na passada terça-feira, à Comissão de Economia e Obras Públicas da Assembleia da República. Aos deputados, não restaram dúvidas: “a Linha do Oeste tem potencial e pode ter futuro”.
“Uma aceitação e compreensão indiscutível” relativamente à viabilidade da Linha do Oeste. Foi desta forma que o deputado do PCP Bruno Dias descreveu a reação dos deputados daquela comissão, a quem foi apresentado o estudo desenvolvido pelo especialista em ferrovia Nelson Oliveira.
O diagnóstico à Linha do Oeste foi encomendado pela Câmara de Caldas da Rainha, na sequência da decisão do Governo de suspender o serviço de passageiros entre Caldas e Figueira da Foz.
As primeiras conclusões do estudo foram divulgadas em finais de 2011 e mereceram especial atenção durante a conferência “O futuro da Linha do Oeste”, promovida pelo REGIÃO DE LEIRIA, em janeiro de 2012, em S. Martinho do Porto. Nessa ocasião, o deputado Bruno Dias adiantou que o seu grupo parlamentar iria propor ao à AR uma apresentação do estudo.
Apesar de ter decorrido quase um ano, o deputado não considera que se tivesse perdido “a importância, a utilidade e o interesse desta reunião”. Também para Paulo Batista Santos, deputado do PSD eleito por Leiria e membro daquela comissão parlamentar, continua a fazer sentido a defesa da sustentabilidade económico-financeira da Linha do Oeste. Sublinha até o facto de ela ter saído reforçada com a atualização de que o estudo foi alvo, depois de CP e REFER terem enviado os dados em falta.
O estudo agora apresentado contém, por isso, mais informação do que a versão inicial. Foram “dados determinantes”, referiu Nelson Oliveira, porque permitiram fazer o cálculo dos benefícios das medidas propostas no estudo e que se traduzem, por exemplo, numa “diminuição dos custos por passageiro na ordem dos 18 por cento”.
Paulo Batista Santos sublinha esta mesma questão: as medidas preconizadas pelo estudo de Nelson Oliveira “permitem uma poupança que coloca a Linha do Oeste acima dos padrões de rentabilidade que o Governo determinou”, tornando-a “uma alternativa credível à Linha do Norte e competir com outros meios de transporte”.
Bruno Dias adianta que o PCP vai, agora, confrontar os responsáveis governamentais pelo sector ferroviário. Desde março que a Secretaria de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações tem em sua posse o estudo, mas até à data apenas respondeu “por omissão ao não interromper o serviço de passageiros”, disse ao REGIÃO DE LEIRIA Nelson Oliveira.