A recuperação da antiga Moagem foi aprovada pela Câmara de Leiria no início de março e prevê a reabilitação da Igreja e Convento de São Francisco, um imóvel classificado de interesse público. O claustro do antigo Convento é transformado para acolher lojas, restaurantes e bares com esplanada, enquanto os velhos silos industriais dão lugar a apartamentos de luxo.
Ao todo, nascem 30 habitações e 12 estabelecimentos comerciais no centro da cidade.
Aprovada a operação urbanística, a sociedade imobiliária Companhia Leiriense de Moagem, liderada pelo empresário Armando Lopes, tem agora seis meses para apresentar os diversos projetos de especialidade.
Segundo Alberto Vieira, representante da sociedade, “a intenção é avançar” rapidamente, com “a esperança” de que a conjuntura económica “vai melhorar”.
O prazo de conclusão da obra é de 24 meses, num investimento de “alguns milhões de euros”, que não quis especificar.
Recorde-se que o processo de alteração, reabilitação e ampliação da Moagem começou em 2002 e que o município chegou a conceder uma licença de construção em 2009.
Foram os próprios promotores a solicitar o arquivamento para proporem novo projeto, da autoria do arquiteto António Garcia.
A ideia é preservar o edifício principal, com intervenção mínima na fachada e demolição dos anexos. Há depois um segundo corpo formado pelos antigos silos industriais e está prevista a construção de raiz de um terceiro edifício, do lado do rio, em linguagem contemporânea. Entre o novo volume e o imóvel pré-existente aparece um espaço verde exterior.
Apartamentos tipo loft
De acordo com a memória descritiva entregue à autarquia, os estabelecimentos de comércio, restauração e bebidas ficam todos no piso térreo, distribuídos pelos três edifícios, enquanto o claustro do antigo Convento passa a estabelecer a passagem a pé entre a rua Camilo Korrodi e a avenida D. João III. Os promotores querem lojas-âncora e garantem a continuidade do banco BIC.
Quanto às habitações, ocupam os pisos superiores (um a quatro). O arquiteto António Garcia promete estilos e tipologias muito diferentes.
No edifício principal e nos antigos silos estão planeados apartamentos tipo loft com mezzanine, zonas de duplo pé direito e elementos da velha estrutura metálica, mantendo o cariz industrial.
No edifício novo, é de esperar fogos mais convencionais. Quase metade dos apartamentos são duplex e as tipologias variam entre T1 e T4. Na cave, 18 arrecadações e estacionamento para 30 viaturas.
Dado o interesse do imóvel, a execução da obra impõe a presença de um técnico de arqueologia, à semelhança do que já aconteceu nos anos de 2002, 2003 e 2011, em trabalhos de natureza preliminar.
No âmbito da operação urbanística, os promotores ficam responsáveis pelos arranjos exteriores e estão obrigados a indemnizar o município em 160 mil euros.
(Notícia publicada na edição de 7 de março de 2013)
Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt