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Sociedade

Rui Matos: "Temos a obrigação de nos constituirmos como um polo cultural"

Rui Manuel Neto e Matos é o novo diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Instituto Politécnico de Leiria. Docente há 24 anos, tomou hoje, quinta-feira, posse

Rui Manuel Neto e Matos é o novo diretor da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Instituto Politécnico de Leiria. Docente há  24 anos, tomou hoje, quinta-feira, posse no cargo.

O professor desempenhava até agora o cargo de sub-director da ESECS-IPLeiria. É doutorado em Motricidade Humana pela Universidade Técnica de Lisboa, autor de inúmeros livros e artigos na área do Desporto e de livros para crianças (“Coleção Rafa”). É também o criador de uma nova modalidade desportiva, a tripela.

Está ligado à ESECS há mais de duas décadas. O que representa para si o desafio de assumir a direção da escola?
De facto, desde 1989 que elegi a ESECS (então ESEL) como local privilegiado para a construção de uma carreira profissional ligada ao ensino, à formação e à investigação. De lá para cá, foram muitos os cargos assumidos e os órgãos e estruturas  em que desenvolvi atividade (Conselho de Representantes, Conselho Técnico-Científico, Conselho Pedagógico, Departamento, Curso, etc), culminando com os últimos 4 anos em que assumi o cargo de subdiretor. Face à intenção de não candidatura a novo mandato pelo ainda diretor da ESECS, Dr. Luís Barbeiro, tudo se conjugou para ser eu a assumir a candidatura a tal cargo. Para além de considerar ser um privilégio e uma honra elevada poder ocupar tais funções, sinto que estava na hora de assumir esta responsabilidade, face à experiencia anterior a que aludi. Não ignoro, naturalmente, o envolvimento difícil do setor educativo e os problemas de toda a monta que assolam a gestão duma instituição de ensino superior neste quadro de continuadas dificuldades mas, até por isso, considero um desafio a superar e que, naturalmente, alguém teria de assumir!

Rui Matos

Quais as suas prioridades?
Uma instituição existe enquanto tiver uma missão a cumprir e enquanto tiver procura para a realização dessa missão; assim sendo, obviamente que as prioridades, que não serão apenas as minhas, serão as de conseguir que a oferta formativa da ESECS se consolide e, desejavelmente, se possa estender a áreas conexas de intervenção relativamente àquelas nas quais já intervimos. Será, assim, imprescindível que se consiga obter a acreditação dos cursos em funcionamento, por parte da A3ES, para que possamos continuar a oferecer aquilo que temos de melhor, que são os cursos de 1º e 2º ciclos (licenciaturas e mestrados), para além de outras formações de outros formatos. A par da consolidação desta oferta, continuaremos a apostar no reforço da qualificação do corpo docente, aumentando as percentagens de docentes doutorados e/ou com o grau de especialista. O reforço da internacionalização, pela via de cursos especialmente idealizados para tal e por aumento de mobilidade de docentes e estudantes, é outra das prioridades. A finalizar, e porque nem só de cursos se faz o ensino superior, entendo que temos a obrigação de nos constituir como um polo cultural.

Educação e Ciências Sociais são áreas profissionais com grande incidência na taxa nacional de desemprego. Como pretende contrariar esta tendência?
Estamos atentos à realidade e percebemos que, cada vez mais, existe uma volatilidade e uma mudança nos referenciais. Nos últimos anos temos sido capazes de adequar a nossa oferta às realidades emergentes e, nalguns casos, de antecipar essa mesma realidade, como é exemplo o caso do curso de licenciatura de Tradução e Interpretação Português/Chinês- Chinês/Português ou a licenciatura em Língua Portuguesa Aplicada, bem como os mestrados em Comunicação e Media ou na área da Educação Especial, entre outros. É essa leitura atenta que continuaremos a fazer e, no que for da nossa responsabilidade, continuaremos a apoiar a procura e obtenção de emprego nas áreas referidas, seja pela via da Bolsa de Emprego (IPL), pelo Portal Alumni (dedicado aos antigos alunos) ou por outras vias que se revelem adequadas.

Abrir a escola à comunidade é fundamental para o sucesso da ESECS? Porquê?
Abrir qualquer Escola à comunidade em que se insere é fundamental, imprescindível mesmo. É com essa abertura que mostramos as nossas potencialidades e que motivamos as pessoas a querer fazer parte da nossa comunidade académica, como é exemplo o Programa 60+. Por outro lado, uma das missões da ESECS (e do IPL no seu todo) é, precisamente, prestar serviços à comunidade envolvente. Temo-lo feito e iremos continuar a fazê-lo, naturalmente. Fazemos gosto em que todos os que nos visitam se sintam bem no nosso espaço e procuramos ter serviços diversificados para tal, como são exemplo as ações de formação contínua que disponibilizamos, a prestação de serviços de atendimento personalizado que o CRID (Centro de Recursos para a Inclusão Digital) realiza, o Programa de troca de livros a que todos podem aderir, entre tantos, tantos outros que seria exaustivo aqui referir. Além desta oferta que está disponível na ESECS, temos ainda o prazer de sair dos nossos muros e ir intervir na comunidade no seu “habitat” próprio, como sejam os casos do Programa de Dança no Mercado de Santana, a iniciativa, em colaboração com a OASIS e com a CML, Ludoapta, as práticas pedagógicas e os estágios em diversas instituições, etc.

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