O caso mais recente, e mediático, aconteceu com Costinha. Escolhido para técnico do Beira-mar, o antigo internacional português não podia estar na ficha de jogo como treinador porque apenas tinha o curso de nível I.
A suspensão dos cursos de treinadores desde dezembro de 2011 impediu-o, bem como a centenas de outros técnicos, de frequentar cursos de níveis superiores e evoluir na carreira. No caso de Costinha, apenas com o curso de nível IV – UEFA Pro podia orientar uma equipa profissional. Já nos campeonatos distritais de futebol ou futsal, o nível I era o mínimo exigido, mas o upgrade para os nacionais obrigava ao nível II.
A suspensão deveu-se a uma alteração legislativa feita pela Secretaria do Desporto, em que as federações ficavam impedidas de promover as formações e os cursos passavam para a alçada do Instituto do Desporto. Além disso, eram uniformes para todas as modalidades e tinham uma carga horária de 600 horas por nível.
A mudança causou bastante desconforto e, sem acordo das diferentes entidades envolvidas, os cursos acabaram suspensos. Contudo, a novidade, há tanto aguardada, chegou na semana passada, com o Instituto do Desporto a autorizar a Federação de Futebol (FPF) a ministrar cursos.
Minimizar problema
“Estou curioso. Sabemos que os cursos vão abrir, que será da tutela da FPF, mas não sabemos bem o que vai acontecer, nem quando”, afirma Paulo Ribeiro, coordenador técnico da Associação de Futebol de Leiria (AFL).
Com procura constante por parte de jogadores, ex-jogadores e curiosos e, de modo a garantir a credenciação e competência para a função de treinador, em futebol e futsal, a AFL avançou com “Ações para monitores” válidas apenas nos distritais. No total, participaram 90 pessoas nas formações. “Tentámos ultrapassar o problema, minimizando o que as entidades não conseguiam resolver e ainda fomos acusados de estar a dar cursos”, diz Paulo Ribeiro.
Carlos Delgado, adjunto de uma equipa de formação da União de Leiria, aguarda com expectativa pelas novidades. “Tenho todo o interesse em frequentar o curso de nível I para poder estar no banco de suplentes. Até agora sou apenas delegado”, conta, lamentando não conseguir progredir na carreira.
De adjunto a treinador
Rafael Pinto, treinador de futsal no Alhadense, teve nas últimas épocas que recorrer dos “galões” do nível I e passar de adjunto para técnico principal (apenas nas fichas de jogo) para cumprir os requisitos da III divisão nacional. Na próxima época, regressa ao Silveirinha Grande, em Pombal, e espera melhorar a sua formação. “Desde que terminei o primeiro que estou inscrito para o nível II, mas suspenderam os cursos e não consegui avançar. Espero que resolvam tudo rapidamente, para poder tirar os outros níveis”, explica.
Carlos e Rafael são apenas dois dos muitos interessados em progredir, mas há dúvidas que estão por esclarecer: quanto custam, qual a duração, quem terá prioridade para os frequentar…
Até ao fim do mês, o Instituto de Desporto deverá dar indicações sobre os procedimentos e a abertura dos respetivos cursos, pelo que a AFL aconselha que os interessados estejam atentos às informações que vão sair.
Marina Guerra
marina.guerra@regiaodeleiria.pt
Antonio costa disse:
Bom pra modalidade