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Corta-relvas: Verão que são notas

Leiria merece maior diversidade nos filmes exibidos – papel que podia ser desempenhado pelo belíssimo Teatro José Lúcio da Silva.

Joao-pombeiro
João Pombeiro, jornalista e editor-executivo da revista LER pombeiro@gmail.com

Efeito imediato de dias de férias em São Pedro de Moel, com a família por perto: deixo o corta-relvas na garagem por tempo determinado. Alegria para o leitor, concedo. Por isso, deixo a página reservada a algumas notas sobre a região de Leiria sem ponta afiada, até porque no próximo mês há matéria obrigatória – eleições autárquicas. Notas, portanto:

1. Quem conhece o mar desta região sabe bem o que significa dois meses (Junho e Julho) de época balnear sem vítimas mortais, entre São Martinho do Porto e Pedrógão. Trabalho seguro de vigilância dos nadadores salvadores e da Capitania do Porto da Nazaré.

2. Fui colega de turma da Joana, há mais de vinte anos, em Leiria. Acabo de saber que está a pedalar pelo mundo na companhia do Nuno. Começaram em Janeiro de 2012 na Nova Zelândia e a sua chegada a Leiria está prevista para o Verão de 2014. Saga de uma dupla leiriense que pode ser acompanhada de perto em http://globonautas.net. A minha inveja cresce à razão de cada nova fotografia publicada.

3. Telma Amado, jogadora de andebol da Juventude Desportiva do Lis, jogará como profissional na Islândia. Mais um feito assinalável de um projecto que acompanhei de perto nos seus primeiros anos.

4. Na aldeia de Campelo, em Figueiró dos Vinhos, a única estação aquícola portuguesa que reproduz espécies ameaçadas continua a fazer (e bem) o seu trabalho. O projecto da Quercus já permitiu, por exemplo, a reprodução de 85 mil mexilhões-de-rio-do-norte, essenciais na regeneração dos rios, estragados no distrito de Leiria por um triunfo cíclico dos porcos.

5. As salas de cinema do LeiriaShopping devem reabrir em Setembro, segundo o semanário “Expresso”, através de uma operação do grupo brasileiro Orient. É melhor do que quase nada, é certo. Ainda assim, Leiria merece maior diversidade nos filmes exibidos – papel que podia ser desempenhado pelo belíssimo Teatro José Lúcio da Silva.

6. Não há medalha de mérito cultural que possa distinguir todas as cambiantes de três décadas à frente de uma instituição como o Orfeão de Leiria. Henrique Pinto sai de cena com o reconhecimento público de um trajecto sólido e muito competente. E isso vale ouro nos dias que correm.

Escrito de acordo com a antiga ortografia

(texto publicado na edição de 14 de agosto de 2013)