A cremação é uma opção cada vez mais comum, apresentando taxas muito significativas sobretudo nas grandes cidades – em Lisboa, por exemplo, já corresponde a 53% dos óbitos. Uma solução que não estará disponível em Leiria a curto prazo, pois o crematório anunciado desde 2007 para servir oito concelhos da região está longe de ser construído.
“O projeto do forno crematório foi objeto de abertura de concurso público internacional para conceção, construção e exploração do complexo, o qual ficou deserto”, explicou esta semana a Associação de Municípios da Região de Leiria, adiantando que “está a preparar um novo processo e procedimento, para o novo executivo poder decidir acerca desta matéria”.
Os dois fornos crematórios mais próximos do concelho localizam-se na Figueira da Foz (a 55 quilómetros de Leiria) e em Lisboa (a 130 quilómetros).
Neste momento, há duas dezenas de crematórios em Portugal e a taxa de cremação foi de 6% e de 8% do total de falecimentos em 2010 e 2011, respetivamente, e não tem parado de crescer a nível nacional.
A mudança de mentalidades, o desenraizamento social e até argumentos ecológicos, bem como as questões monetárias são apontadas como as principais razões para a alteração de costumes, segundo os agentes funerários contactados pelo Região de Leiria.
Os funerais tradicionais e com cremação têm sensivelmente o mesmo preço (1.600 euros), mas no enterro acresce a compra do terreno no cemitério ou, no caso das sepulturas temporárias, os custos da exumação e outros associados; que poderão elevar a despesa até quase ao dobro da inicial em poucos anos.
Por outro lado, como destaca Carlos Almeida, presidente da ANEL, “as pessoas deixaram de ter um elo de ligação à sepultura de família, que se perpetuava durante gerações. E, num plano secundário, há um bocado a morbidez da decomposição, seja debaixo da terra ou no jazigo. Portanto, há também alguma sensibilização ecológica”.
A maior parte das cinzas resultantes das cremações é depositada no mar ou num local relevante para o falecido, por exemplo numa zona ajardinada, “cuidada com outro carinho, com outra visão das coisas. Já não é aquela situação impessoal de um cemitério, que tem muros, um portão com chave”, conclui o presidente da ANEL.
Os funerais tradicionais ainda continuam, no entanto, a marcar o dia-a-dia dos agentes funerários do País, a grande opção das gerações mais antigas.
(Notícia publicada no Especial Serviços Fúnebres, publicado na edição de 24 de outubro de 2013)
Sergio Damasceno disse:
Sustentabilidade em todos os momentos. http://www.cadastronacionaldecremacao.com.br