Não é usual, em pleno inverno, uma praia suscitar tanta atenção. Menos ainda se a praia estiver situada em plena serra. Mas em São Bento, pequena aldeia serrana de Porto de Mós, os últimos fins de semana têm sido movimentados.
Que o diga Luís Cordeiro, presidente da junta local: “Tem sido bastante movimentado nos fins de semana, com mais de 50 visitantes por dia”, explica.
Desde que a praia jurássica de São Bento foi divulgada publicamente, há cerca de um mês, a curiosidade tem levado largas centenas de pessoas à procura do vestígios de uma praia tropical com 170 milhões de anos.
Para Luís Cordeiro, os vestígios arqueológicos encontrados numa antiga pedreira e que estão a merecer o estudo de vários especialistas, são uma riqueza turística que deve ser potenciada.
“Pode ser bastante positivo para a freguesia”, considera, sublinhando a necessidade de encontrar forma de promover o local assegurando a sua preservação.
Dália Silva, elemento do executivo da junta de São Bento, defende “o melhoramento das vias de comunicação, criação de circuitos de observação e painéis explicativos dos locais onde se encontram fósseis”. Em suma, entende, seria uma intervenção que permitiria “acrescentar valor patrimonial à freguesia”.
Para já, a curiosidade de quem quer saber mais sobre a praia jurássica esmorece, uma vez que a antiga pedreira onde foi encontrada está situada num local de difícil acesso. E o impacto na economia local é, para já, reduzido, acrescenta Dália Silva.
Mas aquele achado arqueológico pode ganhar crescente relevância, uma vez que a Assembleia Municipal de Porto de Mós já deliberou no sentido de avançar o processo da sua classificação.
(Notícia publicada na edição de 2 de janeiro de 2013)
CSA
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