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No País da troikada: É pá, vai ao Totta!

Já afirmei várias vezes que a economia é uma ciência que escapa ao meu entendimento.

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João Paulo Marques, professor do Ensino Superior Politécnico joao.paulo@regiaodeleiria.pt

Já afirmei várias vezes que a economia é uma ciência que escapa ao meu entendimento. Daí evitar escrever sobre o assunto. Contudo, há coisas que até o mais elementar discernimento consegue perceber que não podem ser boas. Vem isto a propósito desta alegria imensa que perpassa os meios político-governamentais e financeiros… por irmos pedir dinheiro emprestado. Como é que pode andar tudo feliz e contente, depois de andarmos a ser troikados durante dois anos, por poder ir pedir dinheiro emprestado? Só se for por motivos eleitoralistas!

Em Portugal desde que o pessoal entendeu que tinha todo de ir passar férias a crédito e que entidades “respeitáveis” acharam por bem dizer que o dinheiro não era problema, sintetizado na frase publicitária celebrizada por uma dessas entidades “Vai ao Totta que o Totta dá!”, que o povo acha que o estado normal é pedir dinheiro emprestado. Quando Passos Coelho diz “que se lixem as eleições”, mas fica feliz por ir pedir dinheiro emprestado, ele está a fazer campanha eleitoral. E mais, fá-lo garantido que isso é o regresso à normalidade. Ora lá por casa sempre me ensinaram que se é preciso de dinheiro emprestado é porque alguma coisa vai mal. E se vai mal, o melhor é corrigir. Mas isso dá uma trabalheira danada. E ainda estou para ver nascer o primeiro político que diga “que se lixem as eleições” de forma sentida.

(texto publicado na edição de 16 de janeiro de 2014)