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Sociedade

Rádio Batalha encerra emissões ao fim de 26 anos de atividade

No dia 13 de janeiro a emissora efetuou a sua última transmissão da “rádio mais portuguesa”. Ninguém ousa avançar data para a reabertura.

A única rádio local sedeada no concelho da Batalha, fechou. Foi na madrugada da última segunda-feira que, 26 anos após ter iniciado a atividade, a Emissora Regional Rádio Batalha deixou de emitir.p09 radio

O caso apanhou de surpresa muitos batalhenses e até alguns dos colaboradores da emissora. “Soube hoje essa triste notícia”, confirmou ao REGIÃO DE LEIRIA na terça-feira, dia 14 de janeiro, Travaços Santos, que durante muitos anos liderou a assembleia geral da Cooperativa detentora do alvará que permitia à emissora a transmissão em 104.8 Mhz.

Conhecida pela forma como se apresentava aos ouvintes, “a rádio mais portuguesa”, vinha evidenciando sinais de que nem tudo estava bem. Em maio, a emissão esteve interrompida vários dias. Na altura, foram invocados problemas técnicos. Mas a interrupção das emissões voltou a acontecer há cerca de dois meses, sendo depois retomada.

Agora, Mário Monteiro, um dos cooperantes que apostava em dar continuidade ao projeto, admite que a curto ou médio prazo não parece provável o regresso das emissões. Este responsável lembra que dos 27 cooperantes existentes em 2009 – altura em que o então presidente da estação, Rui Trovão, foi envolvido num processo de desvio de verbas -, apenas permaneciam quatro.

“Legalmente, não tínhamos quórum para permanecer em funções. Os órgãos sociais necessitariam de pelo menos sete elementos, e assim caímos na ilegalidade”, explica. E foi a impossibilidade legal que ditou este desfecho, garante. Mário Monteiro afasta o argumento da débil situação económica da rádio para o encerramento.

“Não tem a ver com a situação económica que estava a ser negociada com uma agência de créditos”, assegura.

Contudo, na prática, a emissora está a ser confrontada com diversas ações por dívida em tribunal. Entidades bancárias e empresas de comunicações contam-se entre os credores de várias dezenas de milhares de euros, apurou o nosso jornal.

Ainda assim, há quem lamente a falta de empenho da comunidade local em apoiar a estação emissora, nascida em 1988 e legalizada um ano depois. “A publicidade continua a surgir e esta é uma marca forte, ouvida em várias partes do mundo”, explica um colaborador.

Mário Monteiro aponta, por sua vez, a possibilidade de reverter o encerramento caso surjam alguns interessados em revitalizar a cooperativa. Contudo, mesmo depois de algumas reuniões com os responsáveis autárquicos locais, a solução tarda em aparecer.

(Notícia publicada na edição de 16 de janeiro de 2014)

Carlos S. Almeida
carlos.almeida@regiaodeleiria.pt


Secção de comentários

  • joão lopes disse:

    com programas da treta e musica que era quase toda “lixo”, é normal que o resultado seja este. e ainda bem. não precisamos de radios assim. tal como a tvi ou o correio da manhã, outras empresas do mesmo género.

    • David disse:

      A queetão não devia ser levantada dessa forma. A TVI é espanhola. E o grupo que a detem anda a comprar licenças para ter a m80 e outras a nivel nacional. Estamos a perder radios regionais que olham para a população local.

  • Zé Carlos disse:

    A RADIO FECHOU POR CAUSA DE 4 INCOMPETENTES QUE LA ESTAVAM DEVIAM DE PAGAR A QUEM DEVIAM, FEZERAM AS DIVIDAS E SACARAM O DINHEIRO, É UMA PENA TER FECHADO

  • Marco disse:

    Ficaram presos ao mesmo modelo de negócios arcaico enquanto os seus ouvintes foram morrendo (literalmente), portanto se se têm de queixar é de si mesmos … as coisas evoluem, quer se queira quer não.

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