E se lhe dissessem que pode “fretar”, com os seus amigos, um autocarro da Rodoviária do Tejo (RT) só para ir até Leiria, num horário em que não existe transporte público e por um preço módico? Para isso, contudo, e numa primeira fase, tem de residir no território geográfico da antiga freguesia de Cortes, que perdeu, em janeiro, a ligação urbana de transporte coletivo a Leiria no âmbito da reestruturação do serviço.
O “transporte a pedido”, da responsabilidade da RT, em parceria com a Câmara Municipal e juntas de freguesia, irá funcionar em dias úteis, entre as 9 e as 17 horas.
Segundo Paulo Carvalho, diretor operacional de Leiria da RT, visa “satisfazer necessidades de mobilidade concretas e particulares de determinadas pessoas”, não implicando necessidade de regularidade.
Também não está estabelecido um número mínimo de passageiros. Este “dependerá da origem de cada cliente” e do “início do serviço”, adianta o responsável, embora esteja a ser definida uma proposta de tabela de preços e número mínimo de inscritos. Quanto ao preço cobrado pela viagem será o da tarifa urbana (tarifa de bordo).
“Esta modalidade tem a grande vantagem de dar mobilidade às pessoas, nos horários que necessitam”, acrescenta o responsável, frisando contudo que não será possível disponibilizar um autocarro para cada pessoa.
As solicitações deverão ser dirigidas à Junta de Freguesia – no caso de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, à qual caberá analisar as necessidades de mobilidade da população, de modo a ser encontrada a melhor solução de transporte.
A procura deste serviço de uma forma regular poderá ditar, após a devida análise, a concretização de horários fixos, admite Paulo Carvalho, referindo ainda a possibilidade de estender o serviço a outras zonas do concelho caso se justifique.
Colmatar lacunas
Ao REGIÃO DE LEIRIA, José Cunha, presidente da Junta de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, realça o interesse do projeto pelo facto de poder abranger “lugares que atualmente não são servidos pela rede de transportes com horários ajustados às necessidades dos interessados”.
O autarca admite que a medida serve em parte para colmatar a supressão da linha urbana Cortes-Leiria, que servia o interior das Cortes, Ponte do Cavaleiro, Zambujo e Vidigal, passando as carreiras interurbanas apenas na estrada nacional.
Quanto à intervenção da Junta neste processo, José Cunha afirma estar disponível para “colaborar em primeiro lugar no estudo de circuitos e horários que melhor sirvam a população e, em segundo lugar, procurar minimizar os encargos que a Câmara tem que suportar”.
José Cunha confirma, para já, a falta de interessados, considerando que a divulgação deste serviço não terá sido efetuada de forma eficiente e esclarecedora junto da população.
“Acredito que este serviço possa interessar a outras pessoas para além dos atuais utilizadores mas, neste momento, a preocupação das pessoas está centrada na perda do serviço”, defende.
(Notícia publicada na edição de 16 de janeiro de 2014)
Martine Rainho
martine.rainho@regiaodeleiria.pt