As praxes académicas devem ser repensadas. Co-existem com a Universidade, fora da alçada da justiça comum. O termo praxe só aparece no século XIX. Há referências antigas a práticas violentas, verdadeiros homicídios. D. João V interferiu na sua autonomia proibindo as praxes, após agressões mortais. A 1ª República aboliu a sua legalidade. Na década de 80, com as Universidades Privadas e os Politécnicos, ressurge o fenómeno.
Houve sempre opositores por contestarem os seus excessos, mas sem êxito. Recentemente, o Bloco de Esquerda apresentou um Projecto de Lei para conter os excessos. Não obteve consenso.
Nos últimos anos: duas mortes, feridos graves, traumas, humilhações, bebedeiras forçadas e, agora, mais seis mortes, por esclarecer! O que devia ser festa e integração transforma-se em tragédia, frequente e violenta!
Os ministros da educação, os responsáveis das instituições e das organizações de estudantes se querem que tudo continue na mesma devem responder por estas mortes, no mínimo, como co-responsáveis pelos danos morais, como já decidiram os Tribunais e por praxes criminosas.
Mas o melhor é repensar, quanto antes, o “código” absurdo das praxes para evitar “barbaridades”e por iniciativa dos estudantes, como homenagem aos colegas estupidamente mortos.
(texto publicado na edição de 30 de janeiro de 2014)