Têm o apito e os cartões na mão e são eles que, em última instância, tomam as decisões do jogo. No entanto, a profissionalização é um objetivo que ainda parece longe de atingir na arbitragem em Portugal. O assunto foi o tema quente do encontro de preparação da próxima época que, no passado fim de semana, aconteceu em Tomar. Sem grandes avanços ou recuos, a conciliar a vida profissional com a arte de apitar parece o cenário mais provável para os árbitros nacionais em 2014/2015.
Fábio Veríssimo será um dos que vai ter que coordenar a sua agenda com mais afinco nesta época. O árbitro natural de Peniche atingiu a 1ª categoria – o nível mais elevado na arbitragem nacional – e está no lote dos 23 principais juízes indicados pela Federação Portuguesa de Futebol para apitar os jogos da época 2014/2015. Neste grupo figura também o nome de Olegário Benquerença, presença habitual desde 2001. Os dois representam Leiria no topo da arbitragem em Portugal.
“Trabalhei de uma forma muito dedicada e ‘profissional’, encarando cada jogo como uma final. As coisas foram correndo bem e encarei esta ascensão com naturalidade”, conta ao REGIÃO DE LEIRIA o recém promovido, que decidiu tirar o curso de árbitro depois de sofrer uma lesão enquanto jogador júnior do GD Peniche.
Contudo, a primeira vez não se esquece e o jogo da Taça da Liga Trofense – Beira-Mar foi marcante. “Foi um momento único”, lembra, acalentando o sonho de, um dia, arbitrar a final da Taça de Portugal. Depois, a seu tempo, defende, virá a oportunidade de direcionar baterias para o estrangeiro e apitar competições internacionais.
E se esta é a primeira época de Fábio Veríssimo como árbitro de 1ª categoria, será também a última de Olegário Benquerença. O árbitro internacional tem 44 anos e está impedido pelos regulamentos de continuar a arbitrar depois dos 45.
Com uma vasta experiência nacional e internacional, o percurso de Olegário é, para Fábio, “uma referência de sabedoria, humildade e vontade de ajudar os jovens árbitros”.
A presença dos dois juízes na próxima época é, para o dirigente da AFLeiria, exemplo de que Leiria consegue cumprir as bases para dar continuidade à arbitragem. E outros exemplos estão a caminho: Sandro Soares, Fábio Piló, António Nobre e Luís Dionísio são apenas alguns nomes.
(Leia o trabalho na íntegra na edição de 24 de julho de 2014)
Marina Guerra
marina.guerra@regiaodeleiria.pt