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Sociedade

Bicicletas antigas. Uma festa com muito pedal na Burinhosa

Domingo, as bicicletas antigas de todo o país têm reunião marcada para a Burinhosa. De Évora a Bragança, o Encontro Nacional de Bicicletas Antigas é uma festa com muito pedal.

“É o melhor dia do ano! Gostávamos que nunca acabasse”, diz Maria António, num fôlego. José Reinaldo Soares garante: “Na semana antes nem se dorme, só de pensar no encontro”. O casal da Burinhosa faz parte do numeroso grupo de fãs nacionais das bicicletas antigas, elas que colocaram a aldeia de Alcobaça no mapa.

Domingo lá vão estar, vestidos a rigor e com as suas “D. Elviras” de duas rodas em mais uma edição do Encontro Nacional de Bicicletas Antigas (ENBA), que começou há 11 anos com uma brincadeira a que responderam 27 ciclistas e respetivos velocípedes.

Muitos apareceram vestidos à antiga, para combinar com o veículo, e assim nasceu na Burinhosa uma tradição que inspira dezenas de outros encontros no país. No segundo ano foram mais de 60, no terceiro 90 e tal e por aí fora, até chegar aos 800 do ano passado e de 2014.

As inscrições esgotaram há um mês e meio e há lista de espera. “Perguntam quando chegamos às mil bicicletas. Se calhar não é muita diferença, mas vamos por partes. Queremos crescer aos poucos”, garante Rui Rodrigues, que lançou e mantém o ENBA.

O interesse pelas bicicletas antigas é recente em Portugal. “Mas hoje são tão valorizadas como quem tem um carro ou uma mota antiga”, explica. Isso faz com que sejam um negócio que também tem lugar na festa da Burinhosa, com o mercado de peças e de bicicletas.

Mas é sobretudo a paixão que move os 800 participantes e boa parte dos 2.500 visitantes esperados. “Há pessoas que vêm cá estrear uma bicicleta. Preparam-na para estar pronta para a Burinhosa”, conta Rui Rodrigues, lembrando o lado sentimental: “Há quem traga a bicicleta do avô e isso vale mais do que o preço da bicicleta”.

Burinhosa anseia pelo ENBA: dos 700 habitantes, cerca de uma centena pedala habitualmente nesta festa que Rui Rodrigues até chegou a anunciar que acabava em 2013: “Mas era só gente a perguntar quando é que ia ser o encontro e a pedir ‘faz, faz, faz’…. Deixar de fazer era deixar morrer uma coisa assim. Estou satisfeito por ter continuado”.

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Participam 800 bicicletas antigas na 11ª edição do encontro – e muitas outras ficaram em lista de espera

Programa

26 de julho
14 horas – Abertura do secretariado na Quinta da Valinha
20 horas – Fecho do secretariado

27 de julho
8h30 – Abertura do secretariado na Quinta da Valinha, pequeno almoço, fotografia no mural do evento, exposições e VI Bicimobilia
10h30 – Partida para o passeio, que cruza a ciclovia da Estrada Atlântica
13h30 – Chegada do passeio, fotografia no mural do evento, almoço, exposições e VI Bicimobilia
14h30 – Tarde dedicada ao convívio entre os participantes, nos diversos espaços da Quinta da Valinha

 

Manuel Leiria
manuel.leiria@regiaodeleiria.pt

(Leia a reportagem completa na edição de 24 de julho de 2014)

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