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Sociedade

Jantar do bigode foi promovido a festival na Serra do Porto d'Urso

De Freddie Mercury ao Homem-Bala, na festa que anima Serra do Porto d’Urso e outros lugares de Monte Real, este fim de semana há de tudo. Desde que tenha bigode.

O primo de Telmo Gil nem imaginava o que estava a iniciar quando, em julho de 2004, entrou no café de bigode crescido. Nesse ano, ele foi a inspiração de duas dezenas de amigos da Serra do Porto d’Urso e Segodim, em Monte Real, para um jantar que tinha uma condição: todos tinham de ostentar semelhante pilosidade.

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A festa rapidamente se transformou num Carnaval de verão, onde as roupas rivalizam com os bigodes

A partir daí, a reunião repetiu-se todos os anos cada vez com mais adeptos. E bigodes, claro. O roteiro incluia jantar, incursão às festas em volta e aos bares da Praia da Vieira.

“No início, as pessoas estranhavam”, conta Telmo Gil, um dos elementos da organização. Não só pelos bigodes, mas também pela indumentária: “Começámos a acrescentar outras coisas: vestimo-nos com camisas abertas, fios, roupa dos anos 60 e todo o tipo de coisas”. O jantar transformou-se num Carnaval de verão.

“Ultimamente há quem compre roupa propositadamente e alugue fatos. Até já tivemos o Freddie Mercury e o Homem-Bala”, lembra Telmo Gil.

Na festa, é eleito o bigode mais farfalhudo, o maior, o mais novo, o mais pequeno e no ano passado foram entregues os “Bigodes de Ouro” aos totalistas com dez anos de jantares.

Mas o ponto alto são os jogos com sugestivos nomes como “Rebenta cabaças”, “Mama no bezerro” ou “Depilação à brasileira”. “São castigos e iniciação aos caloiros”, esclarece.

Para Nélio Duarte, outro “Bigode de Ouro”, esta é uma festa de libertação: “Vestimo-nos com roupa matarruana, numa sátira a certos grupos sociais. É um verdadeiro Carnaval, uma forma de encarnarmos outro espírito e fugirmos ao que somos no dia-a-dia”.

No início, alguns nem tinham bigode digno desse nome, recorda Nélio. “Quando alguém aparecia com uma penugem fraca, nós escurecíamos com lápis”, acrescenta Telmo Gil.

Agora todos se aprimoram: deixam de se barbear nas semanas anteriores e definem o bigode no dia da celebração, explica Telmo, com barba de quase um mês.

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Os organizadores trabalham para que nada falte no jantar que virou Festival do Bigode (fotografia: Joaquim Dâmaso)

A festa cresceu tanto que em 2013 chegou à centena e meia de participantes, até gente que trouxe o seu bigode de Coimbra e de Lisboa. Resultado: este ano o jantar sobe de divisão.

Depois do registo amigo-leva-amigo, em 2014 transforma-se em Festival do Bigode: assenta arraiais na Serra do Porto d’Urso, tem promoção na rua e é aberto a todos – só o jantar é exclusivo para quem tem apêndice capilar sub-nasal e esteja vestido a rigor. São dois dias com concertos, animação e muita loucura prometida.

Nélio Duarte acredita que, assim, a festa atrairá bigodes mais velhos. O grupo espera reunir duas centenas de participantes mas sabe que há um risco nesta aposta, sobretudo pela concorrência das festas vizinhas.

“Vamos perder alguma mística, mas vamos arriscar. Começámos espontaneamente e não fazemos isto porque os outros fazem: aqui bigode já todos sabem que há, a curiosidade é mesmo as roupas que se vestem”, nota Telmo Gil. Se o festival da Serra de Porto d’Urso levar bigode este ano, para o próximo já se sabe: “Se não der, voltamos à estratégia anterior”.

Inscrições

O festival é aberto ao público, na Associação Cultural e Desportiva Serra de Porto de Urso. Contudo, participar no jantar é necessário reserva e… bigode e vestimenta a rigor. Os interessados podem inscrever-se pelo número 918 515 442 ou 912 401 445.

Programa

1 de agosto
22h30 Tronco Nu e after hours party com djs

2 de agosto
20 horas Jantar
22h30 Ofício: Cantante
23h30 Nintendo Nada e after party com djs

Manuel Leiria
manuel.leiria@regiaodeleiria.pt

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