Agosto é aquele mês em que, tradicionalmente, muitos emigrantes revisitam o país e as suas terras de origem. Esta presença dinamiza, notoriamente, a economia local, anima as grandes e pequenas localidades do nosso país e dá vida a espaços de lenta e reduzida expressão nos restantes onze meses do ano. De acordo com o Banco de Portugal, as remessas dos emigrantes voltaram a crescer no ano passado cifrando-se nos três mil milhões de euros. Em relação a 2012 o aumento é de quase 10%. Bom sinal. Sim, não fosse significar que cerca de trezentas mil pessoas procuraram outras referências para garantir a sua sobrevivência e a dos seus. Mas, do mal, o menos. Estão a trabalhar e esperam um dia voltar. Mas de Portugal também saem valores para o estrangeiro. Tanto dos que trabalham como dos que, atraídos por isenções em sede de IRS, e já reformados, escolhem Portugal para viver os anos dourados. Mas realmente saíram quase seiscentos milhões de euros. Contas feitas, a nossa vocação de navegar os sete mares como Sindbad, o marinheiro, está bem impregnada no nosso ADN. Afinal que melhores embaixadores da globalização pode o mundo ter senão mesmo os portugueses que estando lá fora estão sempre cá e estando cá, espreitam sempre lá para fora.
(texto publicado na edição de 7 de agosto de 2014)