Nunca tinha tido familiares a viver em África e nunca tinha tido o desejo de conhecer a terra vermelha. Eu deveria saber que nunca é palavra que nunca se deve usar…
Este verão, eu e os meus rapazinhos, depois de vacinas e vistos tratados, cruzámos o oceano em direção a Angola, para abraçarmos quem tanto amamos. Somos umas das muitas famílias portuguesas separadas por mar e quisemos passar trinta preciosos dias os quatro e, ao mesmo tempo, aproveitar para descobrir a magia desta terra que quem passou por cá não esquece.
Quando cheguei, foi impossível não me emocionar com a grandiosidade das paisagens, com o bulício das gentes, com o sorriso lindo das crianças, com as cores de um país que neste momento acolhe tantos portugueses. Tento não olhar à minha volta com estes meus olhos que saem pela primeira vez da Europa, mas muitas vezes não consigo. É todo um mundo que é diferente, um mundo amplo, que está a abrir horizonte não só a mim, como aos meus filhos.
Em final de agosto voltaremos a Leiria, os meus filhos pegarão nas suas mochilas a cheirar a novo, e eu ouvirei de novo o despertador a acordar-me às sete horas. Mas seremos outros. E seremos melhores.
Aproveito este espaço para agradecer à minha mãe, irmã e sobrinha que ficaram a tomar conta de um elemento importante da família: Izzie, a cadela rafeira com mais pedigree de Maceira e arredores.
(texto publicado na edição de 14 de agosto de 2014)