Presidente da Associação Distrital de Atletismo de Leiria (ADAL) há 12 anos, elogia o trabalho dos clubes. Aos 57 anos, Aníbal Carvalho não resistiu ao fenómeno das corridas da quarta-feira, calçou as sapatilhas e regressou à modalidade.
Que balanço faz da época 2013/2014 que agora acaba?
Apesar de todas as dificuldades e cortes orçamentais que temos sido alvo por força das circunstâncias, a modalidade tem crescido no nosso distrito. Na época 2013/2014 criámos condições e resultados de sucesso para dar satisfação àquilo que os nossos clubes e atletas procuram. Conseguimos o terceiro maior resultado de sempre com 1.209 atletas e 32 clubes filiados.
Ter sob a vossa égide a terceira maior potencia nacional, a JV, aumenta a vossa responsabilidade?
O facto de estarmos no centro do país e de sermos das associações que melhor organiza a nível nacional, com um corpo de juízes credenciado, e reconhecidos pela associação europeia, termos das melhores condições para a prática do atletismo em Leiria, uma pista coberta disponível durante três meses, a custo zero, e uma pista ao ar livre com todo o equipamento necessário, em Pombal, faz de nós uma das maiores associações.
A pista a custo zero faz-vos querer continuar em Pombal?
Esperamos que os nossos protocolos, em especial com a pista coberta de Pombal se mantenham por muitos anos. Tem sido muito bom para o atletismo do concelho e do distrito. Conseguimos um calendário competitivo distrital ao melhor nível durante a época de inverno, coisa que a maior parte das associações não tem. Temos também a felicidade de ter o único equipamento desportivo do país a receber as competições nacionais, o que nos dá muito prazer.
Elogia Pombal. Está desapontado pela utilização que a pista do estádio de Leiria, considerada como uma das melhores da Europa, tem?
Pombal tem-nos acarinhado e recebido muito bem. Nos últimos anos, tem sido a capital do atletismo, pelas organizações que recebe. Pombal é, neste momento, a nossa primeira casa. Na segunda casa, o Estádio de Leiria, concentramos aqui um grande número de competições, tal como no Centro de Lançamentos. Podemos canalizar mais, mas a preocupação tem sido distribuir as competições distritais pelas pistas que têm condições: Leiria, Pombal e Marinha Grande. Candidatámo-nos a receber mais provas nacionais mas a federação não aceitou. Vamos continuar, juntamente com a Câmara de Leiria, a mostrar que estamos disponíveis.
A pergunta é inevitável: é possível, a curto prazo, ter atletas de Leiria a lutar por medalhas olímpicas?
A questão das medalhas sabe sempre a pouco e queremos sempre mais. Nos dias de hoje, e da forma como (não) há apoios, vai ser cada vez mais difícil os nossos jovens chegarem ao topo da carreira, como chegou Vânia Silva, com um percurso excelente, como está Irina Rodrigues e outros.
E no futuro?
Leiria sabe fazer campeões. Pela dedicação de clubes, técnicos e atletas, Leiria vai continuar a ter atletas nas seleções. As medalhas? É o que todos queremos mas a concorrência é grande. Juliana Pereira, Evelise Veiga, Rafael Gonçalves e a Joana Carlos são autênticos talentos e a curto prazo podem ser a joia da coroa do atletismo leiriense.
Como vê o movimento das corridas à quarta-feira?
Apercebi-me quando dei por mim também a correr nas Brisas do Lis Night Run, coisa que não fazia há imensos anos. Refugiei-me como dirigente desportivo, jogava ténis e andava de bicicleta até que se fez um click e comecei a aparecer. Até já faço provas!
Leia a entrevista na íntegra na edição de 28 de agosto de 2014.
Marina Guerra
marina.guerra@regiaodeleiria.pt