Leiria está entre os distritos com maior número de investidores estrangeiros no ramo imobiliário. De acordo com o gabinete de estudos da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, Faro atrai o maior número de transações com compradores não portugueses, à frente de Lisboa, surgindo depois Leiria, Setúbal, Porto, Coimbra e Funchal com um número considerável de contratos.
Segundo dados da APEMIP, mais de 10 mil cidadãos estrangeiros investiram no sector imobiliário durante o primeiro semestre de 2014, o que representa cerca de 21% do total das transações ocorridas em Portugal no período entre janeiro e junho.
A maioria dos negócios ficaram concluídos no segundo trimestre do ano, que apresenta um aumento de 90%, em operações, face ao trimestre anterior, terminado em março.
O interesse de empresários estrangeiros, nomeadamente de nacionalidade chinesa, já tinha sido revelado pelo REGIÃO DE LEIRIA no final de 2013, quanto noticiou um investimento de 1,7 milhões de euros por parte de três clientes da agência imobiliária Remax Inn. Em causa estavam 12 apartamentos de tipologia T2 e T3 no concelho de Leiria, localizados no centro da cidade e nas zonas de Parceiros e Marrazes.
Na origem destes movimentos no mercado imobiliário estão os vistos gold, atribuídos pelo Estado português. São autorizações de residência atribuídas a cidadãos de países fora da União Europeia, como contrapartida por um dos seguintes requisitos: compra de imóveis no valor mínimo de 500 mil euros, transferência de capital em montante igual ou superior a um milhão de euros, criação de pelo menos 10 postos de trabalho.
Desde a criação do programa no final de 2012, o investimento acumulado no sector imobiliário ascende a 792 milhões de euros, de acordo com dados da Confederação Portuguesa de Construção e do Imobiliário citados pelo jornal Público.
Cerca de 80% das autorizações de residência concedidas neste período estão na mão de cidadãos chineses (1.159, no total). Reis Campos, presidente da CPCI, acredita que até final de 2015, o investimento acumulado ao abrigo dos vistos gold em Portugal suba até aos 2.000 milhões de euros.
Também o presidente da APEMIP, Luís Lima, está otimista. Estes números, sublinha, “confirmam a importância do Regime Fiscal para os Residentes Não Habituais e do Programa de Autorização de Residência para Investimento (Vistos Gold) que têm atraído um número crescente de investidores que acreditam no imobiliário português como um investimento seguro”.
O dirigente realça o efeito de contágio na economia. “Não nos podemos esquecer que um euro investido em imobiliário português se multiplica rapidamente por quatro ou cinco, pois este é um bem que é consumido internamente, e os seus consumidores irão, necessariamente, dinamizar a economia do país não apenas por esta via, mas também pelo investimento que acaba por fazer noutros sectores como a restauração, a saúde ou o turismo”, afirma.
Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt
(Notícia publicada na edição de 11 de setembro de 2014)
Anónimo disse:
4.5