A multinacional Yudo, que está em Portugal desde 2007, tem um projeto para investir três milhões de euros na Marinha Grande. O objetivo passa por duplicar as instalações onde são produzidos equipamentos para a indústria de moldes e plásticos.
A empresa sul-coreana começou recentemente a fabricar na Marinha Grande novos sistemas de injeção, com a marca Tina, que substituem a série Bala. E espera atingir o pico de produção em meados do próximo ano. Ao mesmo tempo, a Yudo Portugal obteve a homologação dos seus produtos junto dos fornecedores de primeira linha da indústria automóvel (tier 1), processo que abre boas perspetivas, em termos de vendas, a curto prazo.
É neste contexto que está a ser projetada a ampliação da fábrica localizada na Amieirinha, cuja obra deverá ter início em 2016. Falta dar entrada do dossiê na Câmara Municipal da Marinha Grande.
Em Portugal, a Yudo desenvolve sistemas de canais quentes, conjuntos hot half, sistemas de injeção, estruturas e outros equipamentos complementares para as indústrias de moldes e plásticos.
Pela primeira vez desde que chegou ao nosso país, o volume de negócios da multinacional está a decrescer. Em 2014, a faturação mostra um recuo de 15% face ao ano passado. Fruto da quebra de vendas, da saída voluntária de alguns colaboradores e devido à fase de transição relacionada com o fim de vida da série Bala, e arranque da série Tina, a empresa reduziu o número de trabalhadores de 70 para 55.
Aposta na Europa
De acordo com Fausto Esperança (diretor geral da Yudo Portugal) e José Dantas (presidente da Yudo no Ocidente), esta é a hora de apostar todas as fichas na Europa.
A par dos planos de investimento na Marinha Grande, a Yudo acaba de comprar uma empresa em Itália que se vai dedicar a projetos de engenharia, subcontratando a produção. E prepara-se para abrir uma unidade na Alemanha, a construir de raiz, onde vai ter logística, montagem e distribuição. Está também prevista uma holding na Europa, que pode ficar sedeada em Portugal.
A homologação junto dos fornecedores tier 1 da indústria automóvel é vista com elevadas expectativas.
“Passamos a participar de um campeonato bastante grande, é como entrar na Liga dos Campeões”, explica José Dantas, antevendo uma disputa de preço, qualidade, flexibilidade e prazo de entrega.
Por outro lado, os responsáveis da Yudo em Portugal e na Europa justificam a confiança na Marinha Grande com o acréscimo de trabalho na indústria de moldes, o regresso de clientes dos moldes que estiveram na China, os ganhos de competitividade deste sector, em termos de preço, perante a concorrência asiática, e a melhoria da relação do Euro face ao Dólar.
“A conjuntura apresenta-se muito favorável no futuro para estarmos aqui”, argumentam Fausto Esperança e José Dantas.
Com base nesta leitura, a Yudo espera aumentar o volume de negócios de 22 milhões em 2013 para 65 milhões de euros em 2017, na Europa, com um crescimento de 3 milhões para 8 milhões, em Portugal, no mesmo período.
Cláudio Garcia
claudio.garcia@regiaodeleiria.pt
(Notícia publicada na edição de 2 de outubro de 2014)