Não sei se tens dificuldades para organizares a tua vida, priorizar. Mas se te ajudar, nem que seja por empatia, fica aqui o desabafo – eu vejo-me à rasca.
Nunca estive tão afogado em trabalho como agora. Podia escrever sobre as razões deste momento de maior stress e de parecer não haver tempo para mais nada, que tudo no trabalho parecem ser tarefas igualmente urgentes mas, hoje, quero é escrever sobre a importância do tempo de pausa.
No segundo fim de semana do mês fui arrastado pela famelga até Leomil, em Moimenta da Beira. Não dava para escapar, já estava no calendário e foi marcado em compensação pelo facto de não termos tido férias juntos. Portanto era ir ou ir. Embora me parecesse que não fosse ter tempo e que não iria conseguir desligar do trabalho, consegui (não haver rede ajudou na tarefa).
O mundo não explodiu, nem as responsabilidades no trabalho ficaram a arder. Em vez disso fiquei melhor. Aquela viagem ao genuíno e momentos que aproveitámos permitiram reenergizar e reencontrar-me.
Não é fácil criar uma estratégia para nos lembrarmos de apreciar outras coisas, de sair da rota do trabalho por mais motivados que estejamos, de nos rodearmos pelas pessoas que gostamos e de dar valor às coisas que realmente são importantes.
As pessoas que conheço mais efetivas, equilibradas e de sucesso têm também, uma excelente capacidade de desligar do trabalho. Provavelmente se não consegues desligar, é porque não estás a ser produtivo ou organizado como deverias ser.
Já todos vimos pessoas stressadas no trabalho quando nem estão efetivamente a trabalhar. Ou coladas ao email durante todo o fim de semana. Ou ainda a ver TV em família com o portátil ao colo. De vez em quando lá perco o controlo e revejo-me nestas situações. Não é producente. Corpo e mente precisam recarregar.
Pausa e foco. “Work hard party hard” sempre teve uma razão de ser.
“We forget the little things, so it’s no wonder some of us screw up the big things.” Neil Cavuto
(texto publicado na edição de 23 de outubro de 2014)