Os professores e funcionários do Orfeão de Leiria vão paralisar as aulas durante o dia de amanhã, 2 de dezembro, em protesto com o que consideram ser uma situação de “desrespeito pelas escolas, alunos e profissionais” do Ensino Artístico Especializado, cujas instituições abrangidas há quatro meses não recebem do Estado as verbas relativas ao Programa Operacional de Potencial Humano (POPH).
O problema é comum a mais de uma centena de instituições em todo o país, incluindo, na região, a Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP), Academia de Música de Alcobaça, Conservatório de Caldas da Rainha e Academia de Música de Ourém e Fátima.
No Orfeão de Leiria, que tem cerca de 600 alunos e 62 professores (das escolas de música e dança) e funcionários, estes decidiram associar-se amanhã a um protesto que decorre a nível nacional, paralisando as atividades letivas a partir das 8h30.
“Não se trata de uma greve”, mas de uma “paralisação das atividades letivas”, explica Sónia Leitão, porta-voz do grupo de docentes do Orfeão de Leiria, citada pela agência Lusa. Aquela professora espera que a adesão “seja completa”.
“As escolas estão à beira da asfixia. Estão sem capacidade financeira para pagar aos seus colaboradores. Há muitos professores com meses de vencimento em atraso, com ordens de despejo e sem dinheiro para pagar água e luz”, sublinha Sónia Leitão, sublinhando que, não obstante, continuam a lecionar.
Sem os valores que estão em atraso, Sónia Leitão frisa que “as escolas não conseguem pagar aos professores”, acrescentando ao REGIÃO DE LEIRIA que não é a direção do Orfeão de Leiria que está em causa neste protesto:
“Este é um protesto levado a cabo pelos professores da instituição, nada terá a ver com a instituição Orfeão de Leiria. Aliás, esta direção de tudo tem feito para solucionar este problema que começa a ser insustentável”.
Sónia Leitão entende que se trata de um “desrespeito pelos professores e escolas”, que “estão a prestar um serviço público”, e, para além do problema financeiro, o Ensino Artístico Especializado tem o futuro em equação devido à falta de diretrizes para o próprio ano letivo que está já a decorrer.