Os cursos ligados à área da saúde são, sem sombra de dúvida, aqueles que mais sobressaem na listagem disponibilizada pelo Portal Infocursos, com dados referentes a 2022, refletindo o nível de empregabilidade da oferta formativa superior no país.
São quase meia centena os cursos que apresentam uma taxa zero de desemprego entre os diplomados. Todavia, nem todos correspondem a uma realidade semelhante: há cursos com escassas dezenas de diplomados por ano e outros com centenas e, por vezes, mais de um milhar de diplomados. É o caso de Enfermagem, curso que representa quase 20 por cento das ofertas formativas com taxa zero de desemprego. No topo da tabela, o curso ministrado na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa que, com 1.110 diplomados não regista desemprego.
Ainda na área da saúde, nota para os mestrados integrados de Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Porto) e na Faculdade de Ciências Médicas (Lisboa) que, com 715 e 944 diplomados, respetivamente, não têm registo de dificuldade na inserção no mercado de trabalho.
A lista de cursos com zero desemprego é, todavia, mais extensa e contempla áreas tão diversas como Engenharia Informática, Engenharia de Proteção Civil, Educação Básica, Terapia da Fala, Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Tecnologia e Gestão Industrial, Informática, Segurança Informática em Redes de Computadores, Ortótica e Ciências da Visão, Música, Biotecnologia, Engenharia Informática, Biologia, Arquitetura, Economia, Psicologia, Engenharia Naval e Oceânica, Matemática Aplicada e Computação, Dança, Engenharia Geoespacial, Física, Química, Bioquímica e Farmácia.
Olhando apenas para a região de Leiria, há um curso que se destaca nesta lista: Biotecnologia, curso da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche, do Politécnico de Leiria, sem registo de desempregados inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional entre os seus 38 diplomados. Enfermagem é o segundo curso do Politécnico de Leiria com menor taxa de desemprego (0,6%) entre 391 diplomados.
Independentemente destes dados de empregabilidade, até porque eles não só variam de curso para curso como consoante a instituição – há cursos que têm baixa taxa de desemprego numa instituição e têm muitos mais desempregados noutra, como é fácil de entender – importa levar em conta que a escolha do curso superior é um momento crucial na vida do estudante.
É essencial ter noção do contexto do mercado de trabalho mas, não raras vezes, a pressão social, as expectativas familiares e a preocupação com a empregabilidade podem influenciar em demasia essa decisão. É muito importante, todavia, não negligenciar a importância de escolher um curso de que se goste. E porquê? Bem, estudar um curso de que se gosta aumenta a motivação, o que poderá implicar um melhor desempenho académico.
Além disso, estudar algo de que se gosta pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades específicas na área escolhida. É igualmente importante não esquecer a relevância da satisfação com a carreira escolhida: se é verdade que passamos grande parte da vida a trabalhar, não será secundário encontrar significado e propósito no que fazemos.
E mesmo a questão da empregabilidade não é uma variável estanque: o mercado de trabalho está em constante evolução e o que é altamente empregável hoje pode não o ser no futuro. Na prática, seguir os seus interesses e paixões pode levar a oportunidades únicas e gratificantes na vida. A empregabilidade é, efetivamente, um fator importante a ser considerado na escolha de um curso, mas não deve ser o único.