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União é palavra de ordem com a chegada de nova direção ao Hóquei Clube de Leiria

Clube conta com 60 atletas, em todos os escalões e modalidades, e treina em Santa Eufémia, concelho de Leiria, de segunda a sábado.

JM

Formar um “verdadeiro clube” onde, além do desporto, existe união, trabalho e espírito de sacrifício é um desejo da nova direção do Hóquei Clube de Leiria (HCL), que assumiu funções no início deste ano. Luís Miguel Narciso, presidente da direção, Sílvia Espada, secretária da direção, e Maria Eduarda, vogal, contam ao REGIÃO DE LEIRIA como esse objetivo tem sido alcançado, dia após dia.

Um dos pontos-chave é a continuidade dos eventos, que têm sido uma imagem de marca do HCL, e onde todos – desde atletas, encarregados de educação, até elementos da direção – desempenham tarefas. O torneio Wheel Lovers Cup, que este ano chegou à sua 3.ª edição, juntou cerca de 500 atletas de todo o país, em dois fins de semana, no pavilhão de Santa Eufémia, em Leiria, é um dos pontos altos do calendário anual do clube.

“Temos ainda o nosso Sarau, que é um festival, este ano acontece no dia 9 de novembro, à noite, em que definimos um tema e convidamos clubes a participar. Depois, em jeito de desfile, apresentamos os nossos atletas”, acrescenta Luís Miguel Narciso. A somar a isso há ainda atividades internas, como o tradicional piquenique, marcado para 15 de setembro. “E estamos sempre disponíveis para receber provas associativas e nacionais”, sublinha o presidente da direção que assumiu funções no início deste ano, “muito naturalmente”, após o final do mandato anterior.

Luís, Sílvia e Maria Eduarda, que são também “o pai da Sara”, a “mãe da Ema” e a “mãe da Filipa”, todas atletas do HCL, destacam a importância do apoio dos pais neste objetivo. Lembram, por exemplo, a sua disponibilidade em colocar as “mãos na massa” nos eventos, mesmo quando estes não se destinam à modalidade ou escalões dos respetivos filhos. Importante é também o apoio de instituições e empresas, com patrocínios ao nível financeiro.

Ainda assim, a maior fatia sai dos “paitrocínios”, que suportam o custo de patins, fatos e tudo o que envolve a prática de patinagem artística e patinagem em velocidade, as duas modalidades disponíveis no clube.

A artística, confessam os três elementos da direção, é uma modalidade exigente pelo número de treinos e condição física. “O rigor é que conta, basta um pequeno lapso para se ser penalizado”, explicam, acrescentando que “o que apaixona nesta modalidade é precisamente o rigor, a disciplina e sacrifício que exige”. “Para ver os sorrisos nos resultados, é necessária muita lágrima”, admitem.

Apesar destes desafios, é uma modalidade onde a arte ganha força. Em cada prova, o fato, o penteado, a maquilhagem, a música e os elementos técnicos são pensados ao pormenor para contarem uma história.
Depois de uma fase de grande perda de patinadores, pela sua saída para o ensino secundário e superior, o Hóquei Clube de Leiria começa agora “a renovar a geração de atletas” e conta com 60 em ambas as modalidades, masculinos e femininos, em todos os escalões.

Quanto à época, que nestas modalidades se faz de acordo com o ano civil, Luís Miguel Narciso considera que “tem sido boa”. Contam já com participações no Campeonato Nacional, em vários torneios e também além-fronteiras. No calendário está ainda marcada a Taça de Portugal, a Taça de Leiria e o inter-regional, caso haja atletas do clube selecionados.

Atualmente, os treinos decorrem no pavilhão de Santa Eufémia, em Leiria, espaço cedido pela autarquia, ao final da tarde, de segunda-feira a sábado.

Do passado para o presente e futuro

José Carapinha, de 80 anos, é uma das figuras emblemáticas do HCL. Está no clube há 40 anos, onde ingressou por influência dos filhos e, apesar de ter passado a pasta, continua a estar presente na vida desportiva do clube.

“[O que gosto mais] é o convívio com os jovens, sinto-me bem, eles dão-me juventude”, conta ao nosso jornal. E acrescenta: “É um orgulho ver o clube continuar, mesmo sem mim”.

No entanto, há um desejo que ficou por cumprir: a reativação do hóquei em patins. O clube, fundado a 5 de março de 1981, iniciou precisamente com uma equipa sénior de hóquei em patins e é “uma mágoa que fica” esse projeto não ter uma nova oportunidade. Mas não será uma impossibilidade e entra nos objetivos da nova direção. “Mas é necessário apoio e condições”, reforça Luis Miguel Narciso.

Quem também conhece bem os cantos à casa é Manuela Oliveira, de 65 anos, treinadora no HCL desde agosto de 1989. Natural de Lisboa, veio para Leiria atrás de uma oportunidade profissional – é solicitadora e agente de execução – e encontrou no clube de Leiria o seu novo lugar na patinagem artística.

“O que me apaixona na patinagem é que aqui podemos aliar modalidades, com elementos como saltos e piões, semelhantes à ginástica, à música e à dança”, conta, acrescentando que a patinagem “é uma modalidade que tem de ser muito trabalhada”.

O Hóquei Clube de Leiria vai estar presente na Festa do Desporto no sábado, entre as 16 horas e as 17h30, e no domingo, entre as 10 horas e as 11h30, com demonstrações de patinagem artística e em velocidade.