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Terminei o 12.º ano, e agora?

Com o término de mais um ciclo de estudos é preciso olhar para o futuro e ter presente as opções que existem. Nem todos os jovens pretendem ingressar no ensino superior, portanto é importante frisar que há outras opções para quem quer continuar a estudar

Alguns terminam o 12º ano com o percurso futuro já traçado, mas são muitos os que chegam à reta final do ensino secundário com imensas dúvidas sobre o que fazer a seguir, com medo do futuro e pressionados para fazer uma escolha, seja ela qual for.

No ano letivo 2022/2023, Portugal registou o maior número de alunos inscritos no ensino superior, desde sempre: 446.028 alunos inscreveram-se nas universidades e politécnicos portugueses, um aumento de 3% relativamente ao ano anterior. Esta é uma opção escolhida pelo grosso dos alunos, mas nem todos têm a pretensão de entrar no ensino superior. Que outras opções existem?

Comecemos pelo chamados Cursos de Especialização Tecnológica (CET), que são formações pós-secundárias que conferem o nível 5 de qualificação do Quadro Nacional de Qualificações e têm a duração aproximada de um ano (entre 1.200 e 1.560 horas).

O CET é destinado a alunos que tenham concluído o 12º ano de escolaridade ou que, não o tendo terminado, tenham obtido aprovação em todas as disciplinas de 10º e 11º ano e tenham estado inscritos no 12º ano. Também se podem candidatar jovens que possuam um diploma do ensino superior e pretendem uma requalificação profissional. Estes cursos podem ser feitos em estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo, em estabelecimentos de ensino superior públicos, particulares ou cooperativos, em centros de formação profissional e noutras entidades formadoras acreditadas.

Para quem quer entrar logo no mercado de trabalho, mas ainda não tem nada em vista, o Instituto do Emprego e Formação (IEFP) revela-se uma boa ajuda. Ao inscrever-se nesta plataforma, irá encontrar vagas de trabalho mais facilmente, podendo também esclarecer dúvidas e participar em pequenas formações.

Provas de ingresso e pré-requisitos

Quanto ao ensino superior, podem candidatar-se os estudantes que tenham tido aprovação num curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente; que tenham realizado as provas de ingresso exigidas pela instituição para o curso em questão; tenham uma nota igual ou superior ao valor mínimo fixado pela instituição de ensino superior e satisfaçam os pré-requisitos definidos.

O concurso nacional de acesso é utilizado pela maioria dos estudantes que conclui o ensino secundário, e é a forma de ingresso mais usual no ensino superior público. Os pré-requisitos são condições adicionais (de natureza física, funcional ou vocacional) que alguns cursos pedem e são obrigatórios, como é o caso da licenciatura em Ciências do Desporto. Isto pode ser tratado depois, mas é importante pensar nas provas de ingresso antes do 12º ano, uma vez que há disciplinas opcionais nas escolas e chegado ao 10.º ano o aluno tem de escolher a vertente que quer seguir.


Por exemplo, se o objetivo é estudar Medicina, o estudante deve optar pela vertente de Ciências e Tecnologias, porque terá Matemática A, que depois é pedido como exame de ingresso. Fazer este exame sem ter tido a disciplina ao longo do ano não é impossível, mas não é fácil.

A Direção-Geral de Ensino Superior (DGES) tem um guia de acesso ao ensino superior que explica tudo sobre as provas de ingresso (disponível em https://www.dges.gov.pt/pt/pagina/publicacoes-de-provas-de-ingresso-pub).

Escolha informada

A escolha do curso superior deve ser feita com ponderação, pensando sempre naquilo que o aluno se imagina a fazer no futuro. É certo que a decisão pode depois até nem se revelar a mais acertada, mas fazer uma escolha com consciência é já “meio caminho andado”. Mudar de curso pode acontecer e não é um problema. Na plataforma Brighter Future, da Fundação José Neves, é possível pesquisar mais sobre competências, cursos e empregabilidade.

Seguir o ensino superior não tem de significar necessariamente fazer uma licenciatura. Existe também a opção de cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP), que consistem num ciclo de estudos superior não conferente de grau académico, com 120 ECTS (Unidades do Sistema Europeu de Acumulação e Transferência de Créditos) e a duração de dois anos.

A conclusão do curso com aproveitamento dá direito a um diploma de técnico superior profissional, equivalente ao nível 5 do Quadro Nacional de Qualificação.

Pode candidatar-se a um TeSP quem tenha um curso de ensino secundário ou habilitação legalmente equivalente, quem tenha sido aprovado nas provas destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do ensino superior dos Maiores de 23 anos, realizadas para o curso em causa, nos termos do Decreto-Lei n.º 64/2006, de 21 de março, na sua redação atual. E os titulares de um diploma de especialização tecnológica, de um diploma de técnico superior profissional ou de um grau de ensino superior.

No último semestre do curso, os alunos frequentam um estágio. No Politécnico de Leiria, por exemplo, existem mais de 50 opções de TeSP’s, sendo que nem todos abriram candidaturas no presente ano letivo.
Estudar é sempre uma mais-valia, mas nem sempre as condições socioeconómicas o permitem. Importa que cada jovem, junto da sua rede de apoio, encontre a solução que melhor o sirva. Se não for possível prosseguir estudos após o 12º ano, nada inviabiliza de o fazer mais tarde, ingressando através do concurso para Maiores de 23 anos, por exemplo.

E se o objetivo é estudar no estrangeiro, existem também bolsas de estudo para esse efeito, que variam em termos de valor e critérios de elegibilidade. Alguns programas são baseados no mérito académico, tendo em consideração o desempenho escolar recente do estudante. Outros consideram fatores como as condições financeiras, talentos especiais ou participação em atividades extracurriculares. Os valores oferecidos rondam, em média, entre mil e 5 mil euros.

Para além das bolsas de estudo atribuídas pelo Governo e pelas universidades, existem diversas organizações privadas que financiam estudantes internacionais. É possível tirar dúvidas sobre este assunto na plataforma da OK Student.

Seja ela qual for a decisão, é importante que seja bem pensada. E para isso, é necessário recorrer a informação fidedigna, junto de professores e alunos que já frequentem o curso em questão, ou nas próprias instituições e no site da DGES, que esclarece muitos outros assuntos.