O avô de Ana Branco, chef e proprietária do restaurante, era António Padeiro, conhecido pela carreira de jogador de futebol no Comércio de Alcobaça, mas também pela restauração. A alcunha de “Padeiro” vem-lhe do facto de, já em 1938, no forno, que ainda está no restaurante, ter começado por “cozer o pão, que vendia para fora”. Depois “seguiram-se os rojões, as sandes de presunto e a cerveja; foi a primeira casa do distrito de Leiria a ter cerveja à pressão”, conta Ana Branco. Mas alguns dos pratos que remontam a essa data, e fazem sucesso no restaurante, são da autoria da mãe da chef, Maria Júlia André, que, quando ficou viúva, tomou conta do restaurante. O cabrito no forno, o frango na púcara e alguns doces conventuais que constam da ementa têm a mão da mãe: “A minha mãe é uma excelente cozinheira, mas já só cozinha para as minhas filhas”. Mãe e filha ganharam prémios com doces que fizeram em conjunto para o Concurso de Doces Conventuais de Alcobaça, o pecado do céu e o paraíso. Estão ao dispor no tabuleiro dos doces que vem à mesa no final da refeição. “Somos guardiões da cozinha tradicional portuguesa, não somos permeáveis a mudar”. E há muitos e bons pratos emblemáticos para provar como o arroz de perdiz com nabiças, os croquetes de borrego estufado com arroz no forno e os rissóis de robalo e camarão com arroz de camarão. Ana Branco fala do restaurante com o coração. É lugar de memórias, em que os clientes estão em contacto com os objetos pessoais da família que decoram as várias salas.
Fonte: Região à mesa 2019 e Guia de Bem Comer 2024
