Volvidos mais de 35 anos desde a abertura, este ícone move ‘peregrinações’ de comensais. A preocupação da fundadora, Maria Alice Marto, foi sempre “saber se os clientes estão contentes, se comeram bem”. A Tia Alice ainda passa diariamente na cozinha, para ver “se os caldos e o sal estão bem” e ficar “mais descansada”. Os seis filhos, nascidos quase todos em Moçambique, onde Alice reencontrou o amor da sua vida – ligação nunca aceite pelo pai, que a colocara sete anos num colégio de freiras – asseguram a fluidez natural da operação, como um relógio. Cada um sabe o que tem de fazer e replica com precisão os ensinamentos da mãe. Alice fazia do exemplo a sua escola: levantava-se cedo, amassava o pão e matava os patos para se comerem no dia, sem irem ao frio. Nunca abdicou da cozinha tradicional portuguesa, que lhe valeu honrosas linhas de críticos gastronómicos como José Quitério, do Expresso, e a conquista de uma estrela Michelin. A elegante sala, com paredes em pedra, atoalhados e obras de arte, fervilha de entusiasmo com o pão cozido em forno a lenha, os pastéis de bacalhau, o queijo de ovelha amanteigado Serra da Estrela e o presunto Ibérico Bolota Maldonado. Nas especialidades, realce para o bacalhau gratinado, as açordas, o arroz de robalo e tamboril, o arroz de pato no campo, a vitela assada, a chanfana e o arroz de feijão à transmontana. O gelado de natas com chocolate quente e amêndoa torrada, o bolo mousse de chocolate com gelado e o bolo do convento são doces clássicos.
Fonte: Região à mesa 2019 e Guia de Bem Comer 2024