Encontrei” Manuel Filipe (1908-2002) por duas vezes. Da primeira, aí por 2016, quando dei início a uma investigação biográfica sobre Manuel Ferreira (1917-1992), o escritor leiriense cujo centenário se celebraria no ano seguinte. Em diversas publicações de natureza testemunhal, Ferreira conta que Manuel Filipe, quando soube que ele tinha sido mobilizado, como expedicionário, para Cabo Verde, em 1941, lhe entregou uma carta para Baltasar Lopes, poeta, romancista, filólogo e advogado que leccionava no liceu do Mindelo. Manuel Filipe era, desde finais de 1938, professor de desenho no Liceu de Leiria, e aí conheceria Baltasar Lopes, no ano lectivo seguinte. Lopes regressaria a Cabo Verde levando consigo um desenho de Filipe para a capa do célebre romance Chiquinho, que, aliás, só viria a editar em 1947. Entretanto Manuel Filipe desenhou a capa dos dois primeiros livros de Ferreira, Grei (1944) e Morna (1948).
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