Em matéria de atuação nas cidades, já lá vai o tempo (ou devia ir) dos Municípios vestidos com o fato da gestão urbanística, do planeamento a (curto) prazo, da resolução dos problemas quotidianos.
É uma pena, mas partes relevantes dos orçamentos municipais definidos para o ano seguinte, servem para cobrir os pendentes dos anos anteriores. No que toca ao desenvolvimento dos seus territórios, as câmaras municipais, em vez de líderes, são uma espécie de INEM urbano.
Das pequenas às grandes metrópoles, o paradigma de intervenção dos municípios tem vindo a mudar. É gestão eficiente a que consegue gerar sinergias com o que vem não só de dentro (da “máquina municipal”) mas, sobretudo, com o que vem de fora. Trata-se de aceitar vestir outro casaco, aceitar que não se moldou aos ombros e ser o facilitador que não se limita a auscultar os seus cidadãos.
Trata-se de co-produzir cidade. Co-produzir com as pessoas, com as instituições e com as empresas.
Vamos tendo exemplos. Um, já na sua quinta edição – e que se tem vindo a ajustar às condições e necessidades –, é o orçamento participativo de Lisboa.
Trata-se de acolher ideias dos cidadãos também votadas por eles. E depois, de as fazer acontecer.
Tal qual não faz parte do paradigma o Governo – um qualquer – ter um T7 em Nova Iorque, também não serve fazer cidade sem as pessoas que lá estão. É a mudança, senhores.
(texto publicado a 26 de outubro de 2012)