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Rosto de Abílio Figueira

Abílio Figueira

Técnico do ADCR Bairro dos Anjos

Atletas viram desfeito o seu sonho alimentado com tanto trabalho

No balanço de 2020, Abílio Figueira sublinha que “terá de ser inesquecível que a humanidade só o é em coexistência”

Positivo

O foco mundial na produção da vacina é a boa esperança de que a Utopia é apenas o que ainda não foi feito, como disse Agostinho da Silva, talvez o mais positivo de 2020. O exemplo da necessidade de produzir mais depressa uma vacina, em registo competitivo de valores olímpicos – amizade, respeito e excelência – aceitando que esse é o móbil, faz pensar que a mobilização de recursos e partilha do conhecimento deveria pôr ao caminho aqueles valores para a erradicação da pobreza e sofrimento a que muitos estão ainda sujeitos.

Negativo

De uma forma mais próxima do nosso dia a dia, a impossibilidade de realização de grandes eventos desportivos, nomeadamente os Jogos Olímpicos e o Europeu de sub17 e sub19, a que 12 dos atletas do Bairro dos Anjos, praticantes do Pentatlo Moderno eram legítimos candidatos. São dois dos aspectos que constituem o que, em dado momento, sentimos como mais negativo, sobretudo para aqueles viram desfeito o seu sonho alimentado com tanto trabalho de tantos anos.

O que não podemos esquecer

Parece que em 2020 ainda esperamos pelo inesquecível. A missão de tentar eliminar comportamentos favoráveis à contaminação por Covid tem arrastado consigo tantos constrangimentos à criação humana e à vivência de todas as formas de desporto, de arte, de comunicação, de partilha, de emoções, que parece ser apenas possível acabarmos com o vírus se acabarmos primeiro com a humanidade. Terá de ser Inesquecível que a humanidade só o é em coexistência.