Terminada a cimeira do G20, ainda há pouco, percebeu-se da necessidade urgente de um acordo sobre como satisfazer as necessidades sociais globais, respeitando os limites ecológicos globais. No entanto, a cimeira não conseguiu conciliar a necessidade de crescer com a mitigação do aquecimento global e seus efeitos sobre os ecossistemas. Quando o G20 estabelece uma meta de 2,1% de crescimento económico global anual até 2018, tal não é tão compatível com a necessidade de redução de emissões, o que acelera esta crise. A mudança climática aparece no parágrafo 19, entre 21 que foram emitidos. Pequenas referências à política do gás e aos subsídios existentes aos combustíveis fósseis são vistos como tímidos e pouco relevantes. Mais deveria ter sido feito sobre o clima nesta reunião do G20. Há compromissos, é certo. A “delicadeza diplomática” em momentos tensos, com o caso da Ucrânia e da Síria em cima da mesa, parece ter prevalecido.
Ainda assim, os estudos de Nicholas Stern e Jeffry Sachs respetivamente, concluem que uma parte relativamente pequena dos milhares de milhões de dólares de investimento global esperados para as próximas duas décadas, se bem direcionados, podem ter um efeito que origine alguma “descarbonização” da economia global. E criar emprego. E desenvolver. E originar crescimento.
(texto publicado na edição de 27 de novembro de 2014)