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Crónica Irregular: A Rodoviária

Desde 1967 que as empresas antecessoras da atual Rodoviária do Tejo, detêm o monopólio do serviço público de transportes no concelho de Leiria, com contratos de concessão renovados por períodos de 20 anos.

Pedro Melo Biscaia, deputado municipal
Pedro Melo Biscaia, deputado municipal

Desde 1967 que as empresas antecessoras da atual Rodoviária do Tejo, detêm o monopólio do serviço público de transportes no concelho de Leiria, com contratos de concessão renovados por períodos de 20 anos. Salvo algumas melhorias pontuais que ocorreram com a introdução do serviço Mobilis, embora sem a abrangência territorial necessária, a estrutura deste serviço tem-se mantido de baixa qualidade para os utentes, sem contribuir para uma correta política de mobilidade. O conforto do material circulante deixa muito a desejar, a informação prestada é insuficiente, os impactos ambientais são negativos, os horários nem sempre estão ajustados aos fluxos de deslocação de pessoas, as carreiras continuam a privilegiar os circuitos radiais da periferia para o centro da cidade, descorando as coroas periurbanas, acontecendo isto há décadas, sem que a Autarquia tenha podido ou querido intervir na regulação de um serviço público estratégico. Sob a ameaça da diretiva europeia que obriga a que a concessão dos transportes públicos depois de 2019 passe a ser por concurso público, vem a RT fazer uma inqualificável pressão para impor, desde já, a renovação do contrato até 2024, acenando com benesses de circunstância, entre as quais a redução da conta paga pelo erário municipal. A Assembleia Municipal já questionou esta pretensão, mas importa também que os cidadãos criem opinião pública de exigência cívica.

(texto publicado na edição de 11 de dezembro de 2014)