Desde 1967 que as empresas antecessoras da atual Rodoviária do Tejo, detêm o monopólio do serviço público de transportes no concelho de Leiria, com contratos de concessão renovados por períodos de 20 anos. Salvo algumas melhorias pontuais que ocorreram com a introdução do serviço Mobilis, embora sem a abrangência territorial necessária, a estrutura deste serviço tem-se mantido de baixa qualidade para os utentes, sem contribuir para uma correta política de mobilidade. O conforto do material circulante deixa muito a desejar, a informação prestada é insuficiente, os impactos ambientais são negativos, os horários nem sempre estão ajustados aos fluxos de deslocação de pessoas, as carreiras continuam a privilegiar os circuitos radiais da periferia para o centro da cidade, descorando as coroas periurbanas, acontecendo isto há décadas, sem que a Autarquia tenha podido ou querido intervir na regulação de um serviço público estratégico. Sob a ameaça da diretiva europeia que obriga a que a concessão dos transportes públicos depois de 2019 passe a ser por concurso público, vem a RT fazer uma inqualificável pressão para impor, desde já, a renovação do contrato até 2024, acenando com benesses de circunstância, entre as quais a redução da conta paga pelo erário municipal. A Assembleia Municipal já questionou esta pretensão, mas importa também que os cidadãos criem opinião pública de exigência cívica.
(texto publicado na edição de 11 de dezembro de 2014)