Há muito que Leiria chama por nós. Os mais desatentos talvez o reconheçam agora com a “Blitz”, mas para quem dá valor aos seus, já se sabia que algo por aqui se passava. Será por uma qualquer força oculta debaixo do Castelo? Pois não sei, mas que há talento para dar e vender (e é bom que se venda porque a malta precisa de viver), há. E não acontece por acaso. Há muito que digo que, mais tarde ou mais cedo, o trabalho de formação que se vem desenvolvendo nas filarmónicas, conservatórios ou mesmo pelas iniciativas de associações que fomentam a cultura, teria que dar os seus frutos. Numa região onde, apesar de tudo e de forma crescente, se foi proporcionando cultura a quem nela habita, o resultado só podia ser este: uma enorme quantidade de gente cheia de muito talento e que cada vez é mais reconhecida dentro e também fora da nossa tugolândia. Espero duas coisas: que por um lado isto dê motivação para cada vez se trabalhar mais e melhor (falo de músicos e editoras – principalmente as independentes) e, por outro lado, que os leirienses passem a reconhecer o bom trabalho que por aqui se faz porque os outros, já o fizeram. Que isto não seja mais uma moda que passe, mas sim um hábito que perdure.
(texto publicado na edição de 3 de julho de 2014)