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Crónica irregular: Lobo frontal

Costumo dizer, simplificando, que “Criar é ir ao fundo das ideias e trazer uma que não estava lá.”

Pedro Santos de Oliveira, dir. Criativo - Sistema4poliveira@sistema4.pt
Pedro Santos de Oliveira, dir. Criativo – Sistema4 poliveira@sistema4.pt

Costumo dizer, simplificando, que “Criar é ir ao fundo das ideias e trazer uma que não estava lá.” A criatividade, enquanto factor decisivo na criação de valor, faz parte do meu dia-a-dia há mais de vinte anos. Muitos já trabalharam comigo em busca daquela ideia, daquele conceito, daquela resposta. Sim, a criatividade é sempre uma resposta a uma questão, a um problema, a um desejo. A todos sempre digo, criar dá trabalho, e a criatividade orientada para resultados dá ainda mais. Ao contrário do que se possa pensar, o “espírito criativo” não é apenas uma capacidade inata, pois pode ser estimulado, aperfeiçoado e sobretudo orientado. Acredito que a curiosidade, o gosto pelo risco, o estudo e a persistência, juntamente com o lado B da vida, são bem mais importantes que a técnica, o conhecimento específico ou os meios à nossa disposição. Outra característica indispensável é o gosto multidisciplinar e variado por tudo, por nada, pelo óbvio ou pelo mais exclusivo, afinal só deixando entrar o mundo conseguiremos devolver-lhe mais vida. Talvez por isso as pessoas mais criativas, são também distraídas. Não é que o desejemos, mas o realidade precisa de ser absorvida e está sempre presente, rodeia-nos e entra-nos por todos os poros… sem aviso e sem freio. Depois é só alinhar o foco.

(texto publicado na edição de 6 de novembro de 2014)