Depois de ler a prosa que aqui dediquei ao “fator estudantil”, diz-me um amigo que foi pena não ter falado da minha experiência pessoal nesse domínio. Volto atrás, ao seu encontro, mas sob um outro mote.
Quando terminei o liceu, esperava-me em Lisboa um curso em que grande parte dos professores tinha participado no governo da ditadura… e uma associação de estudantes com pergaminhos democráticos, em que me integrei logo nas primeiras semanas. Três anos depois, muito caminho andado, era eleito para o secretariado das Reuniões-Inter-Associações (RIA) – uma estrutura que coordenava as atividades das associações de estudantes de Lisboa.
Alberto Costa
Advogado, ex-ministro da Administração Interna e da Justiça
Exclusivo24 de Fevereiro de 2024
Crónicas do cinquentenário: Vigiar e punir
No meu caso, para além do relato das intervenções nas reuniões, são também arroladas [pela PIDE] “as moradas onde ia” ou acontecia pernoitar, as matrículas de viaturas em que eventualmente viajava, aspetos de natureza íntima ou familiar.