14 de Março de 2019
Editorial: Não te deixes iludir Leiria
Francisco Rebelo dos Santos
Diretor
A mensagem é muito clara, o hospital está de rastos, o problema é a falta de estudos. A vida já nos ensinou: sempre que os governantes e os seus discípulos querem adiar soluções anunciam estudos, fazem comissões ou grupos de trabalho.
É isto que está a acontecer no centro hospitalar de Leiria. Até há bem pouco tempo o hospital de Santo André era apresentado como um exemplo, mas agora que o pano caiu, passou a ser indisfarçável o estado de calamidade da sua urgência e finalmente surgiu a necessidade de estudar o problema. Não tivessem os alertas das ordens profissionais de médicos e enfermeiros tido eco na comunicação social e não seriam necessários os estudos que agora são anunciados como a porta que vai abrir as soluções merecidas pelas 400 mil pessoas que deveriam ser servidas pelo Centro Hospitalar de Leiria.
Com o estado de calamidade instalado, com a terceira ameaça de demissão de Hélder Roque em cima da mesa, em vez de ações imediatas, medidas concretas, avançam os estudos. Desta vez até a ministra prometeu que iria estudar o assunto. Como se os problemas fossem novos, como se não houvesse um plano estratégico aprovado, como se não houvesse um referencial de segurança do ato médico, como se não houvesse bom senso.
Chegados aqui, estamos falados, vamos esperar pelos estudos, mas desta vez são estudos a sério, até a Ordem dos Médicos, sempre pronta a dizer quais eram os problemas, até a corajosa Ordem quer agora estudar o assunto, ajudar a administração e a ministra a estudar o assunto. Querem soluções, querem respostas para a falta de profissionais? Esperem pelas conclusões dos estudos. Antes disso podemos todos sublinhar o número recorde de demissões anunciadas mas nunca concretizadas, só ultrapassado por elogios repetidos ao presidente do hospital.
Para quem é ou devia ser servido pelo hospital interessa o jogo das demissões ou o porquê dos aplausos a uma gestão que passou a ser notícia nacional? Está em causa um homem ou uma política? Seguramente uma política, protagonizada por uma equipa, alinhada com as diretrizes do ministério que a escolhe. Mas seja qual for a resposta, o que sobra das últimas semanas é a ausência de soluções para problemas concretos. Muitos doentes, poucos médicos, poucos enfermeiros, poucos técnicos e poucos auxiliares. São precisos estudos? Só se for para que tudo fique na mesma. Chama-se a isto ganhar tempo. Mas neste caso ganhar tempo para os políticos é perder tempo de salvar vidas. A conclusão destes dias é que o planeamento é inexistente, não há capacidade para antecipar problemas, não são feitas previsões sérias, quando ocorrem situações críticas a (in)capacidade para os resolver é o que se vê.
Empatar ou empurrar com a barriga é condenar Leiria e a sua região a um estado de abandono e fragilidade, no todo nacional.
Aguenta Leiria, neste ano eleitoral vais receber promessas, estudos, grupos de trabalho e moções estratégicas. Não faltará quem te dê garantias de um futuro digno.
O hospital está de rastos, mas o problema é a falta de estudos. Estamos habituados ao desleixo de quem decide. Basta pensar no crime de abandono da linha do oeste, ou nas mil soluções anunciadas e nunca concretizadas para os problemas ambientais da nossa região.
Jose Carlos de Sousa Nogueira disse:
Nao temos qualquer duvida que o mundo vive uma evoluçao , muitas vezes prejudicial a alguem mas logo que nao seja relevante nao tem importancia . Os caes ladram e a caravana passa, e dos fracos nao resa a historia. O nosso hospital, e digo nosso porque nos portugueses trabalhadores e pagantes alimentamos todo o sistema com ligaçao ao nosso estado, o que considero normal e legitimo fico muito descontente com o atendimento desperssonalizado e baixo perfil nas visitas a doentes internados no ” nosso” hospital de LEIRIA ( SANTO ANDRE) .
Porque motivo ter inumeras horas de visita quando o doente so pode receber duas pessoas nessa visita?
Tendo me deslocado ao mesmo para visitar meu irmao, questionei na recepçao onde o mesmo se encontrava e assim me indicaram quarto e cama e que me deveria deslocar ao colega ao fundo do corredor. Quando indiquei ao suposto funcionario que se encontrava ocupado com o seu telemovel o numero de piso e cama me respondeu quase nem me olhando ,nem reparando se eu era branco ou preto ou amarelo, que estava la outra pessoa para entrar e nao entrou e eu tambem nao ia entrar, o doente ja tinha tido duas visitas e nao teria ter mais. A outra pessoa que pretendia entrar era o encarregado da empresa do meu irmao e as visitas que tinha recebido eram os seus dois filhos. sera que nao querem que as pessoas entrem para evitarem trabalho ou sera por incompetencia e incompreençao .Eu costumo dizer que custa tanto dizer NAO ou SIM , sao sempre tres letrinhas mas mais me convenço que simplesmente alimentamos um sistema que nao funciona por vontade de quem o gere.
Porque sera que nos hospitais privados isto nao acontece?
Pensava que a profissao de ser funcionario publico ja nao existia, estou redondamente enganado.
Senhores responsaveis , tenham um pouco de humanismo.
” Os ricos tambem morrem mas os pobres morrem mais depressa”