Outubro é o mês da consciencialização para o cancro da mama. No dia 15, comemora-se o Dia Mundial da Saúde da Mama e no dia 30 o Dia Nacional de Luta contra o Cancro da Mama. Este Outubro Rosa enfatiza a importância do rastreio e diagnóstico precoce desta doença.
Sabemos que o cancro da mama é o tipo de cancro mais diagnosticado na mulher (e principal causa de morte por cancro neste grupo) contando com quase seis mil casos anuais em Portugal e dois milhões a nível mundial.
Estima-se ainda que uma em cada oito mulheres será diagnosticada com esta doença ao longo da vida. Raramente, também pode ocorrer em homens. Isto demonstra o impacto oneroso em saúde que esta doença acarreta, atingindo um órgão com forte simbolismo na feminilidade e maternidade. Não obstante, os tumores da mama são maioritariamente benignos e no caso de serem malignos, sabemos que quanto mais cedo forem diagnosticados melhor será o prognóstico. Isto reforça a importância da luta afincada por um diagnóstico precoce.
A história pessoal ou familiar de cancro (principalmente da mama), o aumento da idade, alterações em genes específicos como BRCA 1 ou 2, o tratamento com radiação sobre o tórax, o excesso de peso/obesidade, o tabagismo e o abuso de bebidas alcoólicas, assim como a terapia de substituição hormonal perfilam-se como fatores de risco para esta doença.
Como tal, devemos concentrar-nos em promover um estilo de vida saudável, o qual inclui uma dieta equilibrada, exercício físico regular e evicção de álcool e tabaco.
Não obstante a importância da prevenção, e relembrando que o cancro pode ser silencioso, o rastreio com mamografia (com ou sem ecografia) é a pedra basilar do diagnóstico precoce. A idade de início é escalonada por grupos de risco.
É importante que a mulher esteja consciencializada para a Saúde da Mama, conhecendo-a e atentando a alterações da cor, textura ou forma da mama ou mamilo. Deve procurar ajuda médica se sentir vermelhidão ou inchaço na mama, um nódulo na mama ou axila, pele “casca de laranja”, corrimento mamilar, inversão recente do mamilo ou dor localizada, repetida e que não varia com o ciclo menstrual.
Importa referir ainda que, tal como cada mulher é única e diferente das restantes, também os tumores da mama são únicos, com tratamentos distintos e individualizados. Estes podem incluir quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal e cirurgia. Esta última é hoje menos mutiladora e mais conservadora.
Neste contexto, o Centro Hospitalar de Leiria conta com um corpo clínico especializado no combate ao cancro da mama, disponibilizando às suas pacientes a opção de cirurgia reconstrutiva.
Aproveitemos Outubro para refletir, sensibilizar, consciencializar e incentivar à prevenção e deteção precoce do cancro da mama. Não deixemos para amanhã o que pode ser prevenido hoje.
(Artigo publicado na edição de 15 de outubro de 2020, por ocasião do Dia Mundial da Saúde da Mama)