A pandemia estende-se por todas as frentes da vida, alterando rotinas e estilos de vida que nunca tinham sido questionados. Um dos exemplos mais expressivos da nova realidade que marca o quotidiano é o dia a dia das escolas, com regras que tentam preservar a saúde das crianças e jovens.
A capacidade de adaptação à nova realidade é uma aprendizagem em progresso, com diferentes velocidades e conteúdos em cada uma das escolas.
Num ano letivo que começou com a chegada de uma segunda vaga de casos de Covid-19, as emoções e a saúde mental estão a perder terreno para a medição de temperatura e para o distanciamento social. Os desafios dum regresso à escola com as circunstâncias atuais nunca foram vividos, desconhecendo-se as suas consequências. É urgente estar atento. É fundamental agir.
Neste horizonte marcado por receios e incertezas, o papel das famílias é ainda mais essencial enquanto principal pilar da educação e do bem-estar dos mais jovens. O sedentarismo é uma ameaça crescente. O afastamento social um abalo às emoções e ao equílibrio mental.
Se a escola é obrigada a ser cada vez menos um espaço para brincar e conviver, a vida familiar deve dar respostas a estas lacunas, incentivar a vida offline, os passeios, o contacto com a natureza, as brincadeiras e aventuras. Sujar as mãos na terra, subir a uma árvore ou jogar futebol num campo improvisado é uma lição que fica para a vida. Não pode ser uma excentricidade, deve ser o novo normal.
“Metemos na cabeça que temos de sair com o cão todos os dias, mas não que os nossos filhos precisam de rua e de brincar”. A declaração de Francisco Lontro (página 7 da nossa edição impressa) é um murro no estômago à espera de respostas. Não fique em silêncio.