E cá estamos nós neste final de ano, desalentados, apáticos e derrotados. Há quem nos queira amedrontados e nós, parvos, fazemos a vontade a suas excelências. Defendemos a ética e a moral, mas quando toca aos nossos, abre-se uma excepção. Dizemos que temos um país e uma cultura fantástica, mas pouco fazemos para os potenciar, deixando para outros esse papel. O problema é que não há outros, há sim interesses económicos predatórios que vestem na perfeição esse papel, ficando para si os lucros e benefícios, perdendo todo um povo com isso. Sabemos que a corrupção é um cancro que corrói o país, mas confrontá-la é chato, não vale a maçada. Ficamos amedrontados no nosso cantinho, à espera que ela desapareça, que nem milagre de Fátima. Amamos a cultura, mas afinal somos campeões a ver a casa dos segredos. Os poucos que amam a verdadeira cultura, esses são campónios. Querem que o país ande para a frente? Simples, façam por isso, acordem e tomem as rédeas da vossa vida. Inovar não custa. Deixar o nosso futuro na mão da actual classe política é um erro, mas lembrem-se que esta é o espelho de quem votou nela. Não há soluções milagrosas, há sim decisões que exigem sacrifício, mas não estamos nós habituados a sacrifícios? Quem, como eu, já tanto viajou, sabe o extraordinário país que tem. Tenho orgulho no meu país! Desejos para 2014? Basta um, saúde!
Escrito de acordo com a antiga ortografia
(texto publicado na edição de 24 de dezembro de 2013)